De acordo com o INCA, o câncer de colorretal é o segundo tipo de tumor mais frequente em homens e mulheres no Brasil
Manter-se no peso adequado, ter hábitos alimentares saudáveis e praticar atividade física regularmente são fundamentais na prevenção do tumor
Setembro é o mês de conscientização para a importância da prevenção do câncer colorretal (de intestino grosso e reto), o segundo tipo de tumor com mais incidência em homens e mulheres. De acordo com o INCA, em 2021, o Brasil deve registrar mais de 40 mil novos casos deste tipo de câncer, que é diretamente associado aos hábitos de vida. Considerada uma doença do “estilo de vida”, o câncer colorretal é associado ao consumo de carnes vermelhas e processadas, obesidade e sobrepeso, tabagismo e consumo excessivo de álcool. “Hábitos pouco saudáveis são os principais fatores de risco para esses tumores, além do histórico familiar, inflamações intestinais crônicas e presença de pólipos no intestino “, explica o oncologista Eduardo Moraes, do NOB – Oncoclínicas.
O câncer colorretal acomete principalmente pessoas com mais 50 anos, sendo que sua incidência aumenta após os 60 anos, em pacientes com doenças inflamatórias intestinais e com muitos pólipos no intestino. Quem tem mais de 50 anos deve fazer uma colonoscopia (exame endoscópico do intestino). Se o resultado for normal o exame deve ser repetido com cinco a dez anos, a depender alterações pode ser anual ou a cada dois anos. A recomendação do exame é individualizada e pode ser adaptada de acordo com o histórico de cada paciente. Nos casos de histórico familiar e doença inflamatória intestinal ou polipose, por exemplo, é recomendável que o paciente realize o exame antes da idade padrão. “Os pólipos pequenos são, em sua grande maioria, tumores benignos, relativamente comuns no intestino, mas alguns tipos podem evoluir para um câncer”, esclarece Eduardo Moraes.
Dentre os sintomas comuns da doença, estão a presença de sangue nas fezes, dor abdominal, alterações no apetite e no funcionamento do intestino (diarreia ou prisão de ventre), anemia, perda de peso e cansaço constante. No entanto, muitas vezes a pessoa acometida pela doença pode não apresentar sintomas, o que reforça a importância dos exames para rastreamento.
De acordo o oncologista Eduardo Moraes, a melhor forma de prevenir esse tipo de câncer é adotar um estilo de vida saudável. “Manter-se no peso adequado, praticar atividade física regular, evitar o excesso de bebidas alcoólicas e ter uma dieta rica em fibras, dando preferência a alimentos in natura ou integrais e minimamente processados, como verduras, legumes, frutas, cereais integrais, grãos e leguminosas; Além de fazer colonoscopia de rastreamento após os 50 anos independentemente de sintomas ou história de câncer na família”, orienta o especialista.
As cirurgias minimamente invasivas, seja laparoscópica ou robótica, e a radioterapia de alta precisão têm sido grande aliadas do tratamento desses tumores. Nos casos de doença avançada, o uso de quimioterapias modernas, associadas ou não as chamadas “terapias-alvo”, drogas que atingem especificamente as células tumorais e preservam as saudáveis; e mais recentemente o uso da imunoterapia, medicamentos que estimulam o seu sistema imunológico a reconhecer e destruir as células cancerígenas, têm melhorando a tolerância, atuando com menos toxicidade, menos efeitos colaterais e maior eficácia.
De acordo com o médico, o diagnóstico precoce aliado ao tratamento multidisciplinar do câncer de intestino evoluiu muito nos últimos anos, e isso tem refletido numa redução da mortalidade nos países desenvolvidos. O Brasil ainda carece de campanhas específicas para este tipo de câncer, por isso a importância do Setembro Verde em trazer esse alerta a população.