Dra. Márcia Satiko Ishiwaki
Com a chegada do outono a chance de haver surtos de alergias oculares aumenta devido as alterações climáticas, a maior concentrações de pessoas em locais fechados, maior incidência de doenças alérgicas e resfriados. Essas alergias são reações exageradas do sistema imunológico aos alérgenos, ou seja, substâncias como ácaros, poeiras, pelos de animais, mofo, pólen, produtos de limpeza, entre outros, que afetam as pálpebras e a córnea, sobretudo em quem já sofre com outros tipos de alergias como rinite, sinusite e asma.
Sintomas – Os sintomas das alergias oculares são parecidos aos da conjuntivite, como olhos vermelhos, coceira, irritação, desconforto ocular, inchaço, sensibilidade à luz, lacrimejamento. As causas das alergias são diferentes e o tempo de permanência dos sintomas também, mas em geral, com o uso de medicamento anti-histamínico a melhora é alcançada em cerca de dois dias. A conjuntivite infecciosa, por exemplo, pode durar de uma a duas semanas, enquanto a alérgica (quando é tratada adequadamente com anti-histamínicos) já apresenta melhoras no dia seguinte. Outro fator importante para aliviar os sintomas é eliminar, se possível, as substâncias que podem causar essa irritação.
Como evitar – Existem algumas ações que podem ser feitas para diminuir as chances de desenvolver uma alergia ocular. Por exemplo, diminuir objetos que acumulem poeira como bichos de pelúcia, cortinas, travesseiros e roupas de cama; evitar ambientes empoeirados, com muita fumaça e cheiro forte; manter a casa limpa e arejada; limpar o ar-condicionado periodicamente; evitar o aparecimento de mofo; ter uma boa higiene, sobretudo das mãos e evitar coçar os olhos; se houver animais domésticos mantenha-os limpos e tosados. Com a queda da temperatura e a chegada do período junino, é importante lavar as roupas mais quentes e pouco usadas antes de usá-las.
Se mesmo assim for afetado, procure um oftalmologista, dependendo da gravidade e da frequência dos sintomas, também pode ser necessário realizar o tratamento junto ao alergologista. Ao contrário do que a crença popular sugere, é importante não lavar os olhos com soro fisiológico, pois o sal que está presente no líquido pode irritar ainda mais as membranas oculares, mas vale a pena aplicar compressas de água frias sobre os olhos fechados.
Dra. Márcia Satiko Ishiwaki é especialista em Retina e Vítreo – Laserterapia e Cirurgia de Retina e Vítreo, membro da American Academy of Ophthalmology, Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo, da American Society of Retina Specialists e do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.