Páscoa: Pessoas com restrições alimentares podem aproveitar a data mais doce do ano

A Páscoa é um período que pode representar tortura para pessoas que tem algum tipo de restrição alimentar. Em um verdadeiro mar de opções de guloseimas a base de chocolate, quem tem intolerância a glúten, lactose, diabetes e outras restrições alimentares se pergunta: o que fazer para comer doces sem trazer algum tipo de malefício para o organismo? No Brasil, não há estatísticas oficiais sobre o número exato de pessoas que tem algum tipo de restrição, com exceção dos diabéticos, que representam mais de 16 milhões de brasileiros, segundo o Ministério da Saúde. Em relação a outros tipos de intolerância, existem algumas estimativas. De acordo com a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra), mais de dois milhões de brasileiros são intolerantes a glúten. Segundo o último estudo da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), com base nos índices mundiais, cerca de 8% da população brasileira com até dois anos de idade sofre algum tipo de alergia alimentar. Entre os adultos, o índice chega a 2%.

A contadora e educadora financeira, Regiane Barbosa, foi diagnosticada com três tipos de intolerância diferentes nos últimos nove anos: intolerância a proteína do leite, intolerância a lactose e intolerância a glúten. “Durante muito tempo sofri com uma série de sintomas. Tive vários diagnósticos até descobrir todos os tipos de intolerância que tenho”, afirmou. Quando chegava esse período do ano, principalmente, Regiane sofria muito ao ficar perto de pessoas que estavam consumindo alimentos que ela não poderia comer, mas ela virou a página.

Com o tempo, ela passou a se adaptar a alimentação e usar a criatividade. Ela costuma produzir doces no período da páscoa para consumo próprio sem glúten e sem lactose. São trufas, bolos e outras guloseimas onde ela utiliza ingredientes como: cacau em pó, batata doce, farinha de arroz, mix de farinhas (arroz, fécula de batata, etc), leite de amêndoas, coco, castanha, azeite de oliva, ovo e biomassa de banana verde. “Hoje eu me sinto feliz e amo a minha comida. Sei de cada item que coloco lá e isso me dá muita segurança. Eu amo cozinhar para mim e pude perceber que existe vida do lado de cá”, disse.

Dicas

Tem também aquelas pessoas que se sentem mal e ainda não sabem que tem algum tipo de restrição alimentar. Para a nutricionista Jéssica Couto, é importante ficar atento a todo e qualquer sintoma. “Diarréia, dores abdominais, enjoos, refluxo, gases em excesso são sintomas comuns de quem tem algum tipo de restrição alimentar, seja por alergias, intolerância ou alguma patologia”, disse.

Na hora de escolher o chocolate é importante olhar o rótulo das embalagens. Além disso, receitas caseiras são sempre bem-vindas. “Para quem tem intolerância a glúten, é importante optar por chocolates a partir de 70% de cacau ou mais. Quando maior o percentual de cacau, há menos chance de ter trigo em sua composição que é prejudicial para quem tem esse tipo de intolerância. E quem tem intolerância a lactose é possível encontrar em supermercados e lojas especializadas opções de chocolates zero lactose”, afirmou a nutricionista.

Quem não quiser ir atrás de produtos industrializados, pode preparar em casa alguma receita com itens que sejam benéficos para a saúde de quem tem algum tipo de intolerância. “Preparar receitas a base de leite vegetal e cacau em pó pode ser uma boa solução para quem quer aproveitar a data mais doce do ano sem nenhuma culpa ou sintoma proveniente da alimentação”, concluiu.

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