Crescimento de empresas lideradas por mulheres demonstra importância de incentivo

No mês de março deste ano, em levantamento, o Sebrae Rio apontou a existência de 2,5 milhões de empreendimentos no estado do Rio de Janeiro. Destes, 62% são liderados por homens, enquanto as mulheres comandam 38%.

Observando a taxa de crescimento, a presença das mulheres em postos de comando cresceu 9%, contra 3% dos homens. Esses dados colocam o estado como líder nacional em mulheres à frente de iniciativas.

Em novembro de 2023, a Secretaria de Estado da Mulher promoveu eventos de empreendedorismo comandados por figuras femininas, em conjunto com a Lei do Mês da Mulher Empreendedora, homologada pelo Governo do Estado, para ocorrer em todo mês de novembro, a partir de então.

Para Cristina Boner, empresária do ramo tecnológico, “É possível imaginar que esse crescimento já tenha sido por conta do projeto estadual. Porém, apesar do crescimento ser valioso, podemos almejar mais crescimento das mulheres no mundo dos negócios. Já foi comprovado que as mulheres têm alto valor como consumidoras, então, é natural que elas entendam mais como chegar melhor nesse público alvo, além de terem seu próprio conhecimento, como pessoas atuantes do sistema. Sendo assim, quanto mais mulheres puderem crescer e se tornarem líderes em suas empresas, mais a economia cresce, além da independência dessas mesmas mulheres”.

Com a alta do PIB (Produto Interno Bruto) e o crescimento da economia nacional, o esperado é que o poder de compra da população também seja alavancado para patamares melhores. Assim, o surgimento de novos empreendimentos é impulsionado pela situação financeira do País, e programas como o lançado pelo governo fluminense podem auxiliar nas formas de aquecer setores que necessitem de crescimento.

Ainda de acordo com o Sebrae, 68% das donas de pequenos negócios fazem parte do setor de serviços, com destaque para educação e saúde, alojamento e alimentação, comunicação e setor financeiro. Elas também atuam no comércio, em 21%, na indústria, com 10% de participação, agropecuária e construção, ambos com 1%.

A pesquisa também apontou que, para 66% das empreendedoras, a família é o maior estímulo para empreender, por mais que enfrentem desafios adicionais em comparação aos homens. Além disso, 17% relataram já ter enfrentado alguma forma de discriminação de gênero no ambiente de trabalho.

“Esse cenário, onde a mulher sofre com mais pressão e preconceitos em comparação aos homens, é praxe e evita o desenvolvimento completo do mercado de trabalho. Muitas pessoas, inclusive algumas mulheres, ainda acreditam na falácia de que a mulher é quem deve cuidar exclusivamente da casa, como lidar com tarefas domésticas e das crianças. Esse tipo de pensamento faz com que estereótipos completamente infundados permaneçam na sociedade e as mulheres sofram de forma muitas vezes cruel”, complementa Boner.