UNEB inicia programação com Plenária dos Povos de Terreiro

A UNEB abriu a programação do Fórum Social Mundial 2018, na instituição, com a Plenária Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana e de Terreiro, na última quarta-feira (14), no teatro da universidade, em Salvador.

O evento, que reúne religiosos de matriz africana de 15 estados brasileiros, traz como mote de discussão o tema “Não mexe comigo que eu não ando só. Não toque em nossos terreiros” e promove debates sobre as influências do preconceito e do racismo religioso e as lutas das comunidades tradicionais.

A abertura contou com a participação da ex-ministra da Igualdade racial, Nilma Lino Gomes, que destacou que o papel do Fórum é justamente repercutir as bandeiras de lutas sociais. “Vivemos um Estado de golpe, onde grupos fundamentalistas traçam o destino do país. O golpe tem características midiáticas, jurídicas, de classe, gênero e raça, indo na contramão da liberdade religiosa. É preciso aprofundar a luta e buscar estratégias coletivas de ação política”, ressaltou Nilma Lino.

O preconceito religioso que incide sobre os rituais de sacrifício também foi tema de debate durante a plenária. “Oferendar galinhas ofende, mas o peru de Natal, não. O nosso sagrado é tão sagrado como o de outras religiões”, contestou Makota Celinha, coordenadora do Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (Cenarab).

A mesa de abertura contou ainda com a presença do advogado e ex-secretário de Justiça de São Paulo, Hédio Silva Junior, da professora cubana Rosa Campoalegre, entre outras importantes representações.

Resistência e autonomia universitária

Durante a abertura das atividades do FSM 2018 na UNEB, o reitor da universidade, José Bites de Carvalho, fez um pronunciamento em defesa da universidade pública.  O reitor discorreu sobre os ataques à instituição, que tentaram desconstruir a legitimidade social da universidade.

“Primeiro, distorcem o conceito de autonomia universitária ao atribuir as ações da gestão a arbitrariedade no gasto público; segundo, reduzem a relevância do FSM 2018 à participação de políticos, desconsiderando seu papel como propositor de desenvolvimento construído por meio da participação popular e não apenas pelo viés econômico”, frisou.

As atividades da plenária seguem até esta quinta-feira (15) com debates distribuídos em eixos que destacam temas como Articulação política e organização, e Alimento Sagrado para o corpo e para a alma.

Mais informações: www.portal.uneb.br/noticias.

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