Tombamentos reconhecem importância de mais 20 peças artísticas e históricas

Vinte peças artísticas passam oficialmente a fazer parte do patrimônio cultural de Salvador. O monumento Marco Comemorativo da Fundação da Cidade e 19 painéis do artista Carybé foram tombados pela Prefeitura, por meio da Fundação Gregório de Mattos (FGM), com cerimônia ocorrida nesta sexta-feira (24), no Forte São Diogo – Espaço Carybé das Artes, no Porto da Barra. Estiveram presentes o prefeito ACM Neto e o presidente da FGM, Fernando Guerreiro, além de familiares de Carybé.

“Avançamos bastante na política de proteção ao patrimônio cultural de Salvador. Tanto que a possibilidade de tombamento se iniciou em nossa gestão. Hoje, estamos promovendo o tombamento do marco inicial de fundação da nossa cidade e também dos painéis de Carybé. Os principais monumentos da cidade, aquilo que compõe e ajuda a descrever a nossa história e cultura, podem ser tombados pela Prefeitura, numa demonstração de cuidado, proteção e compromisso de ter um olhar especial por esses espaços. A construção do futuro passa, essencialmente, pela preservação do passado”, destacou o prefeito.

O tombamento do Marco Comemorativo da Fundação da Cidade atende ao pedido da Associação de Moradores e Amigos da Barra (Amabarra) e da Academia de Letras da Bahia (ALB). O regime de registro provisório teve início em novembro de 2016. Já a solicitação relacionada aos painéis de Carybé partiu do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, a partir da recomendação do conselheiro Nivaldo Andrade.

O monumento, instalado no Porto da Barra, foi oferecido pela colônia portuguesa da Bahia à cidade e consiste em uma coluna de pedra de Lioz, tendo seis metros de altura, encimada com um escudo português. Foi erguido em homenagem à fundação da primeira capital do Brasil, inaugurado em 29 de março de 1952 em comemoração ao IV Centenário de Salvador.

Sobre os trabalhos de Carybé, a equipe técnica da FGM selecionou, inicialmente, as obras levando em consideração o fato de o artista ter atuado ativamente no período de 1950-1960, com a produção de maior quantidade de painéis em edifícios da cidade, com forte expressão temática, privilegiando elementos da identidade local.

Demandas – “As ações de tombamentos partiram de demandas da comunidade referentes à depredação destes painéis, que retratam uma época importante de Salvador. Logo, descobrimos essa quantidade de trabalhos de Carybé. Selecionamos estes 19 e iniciamos o processo de preservação. A partir de agora, estas obras estão protegidas de forma legal. Quanto ao marco, que foi um presente a Salvador pela celebração dos 400 anos de sua fundação, também entrará no circuito geral dos monumentos da cidade, com informações em QR Code, constando todas as informações da obra”, disse Fernando Guerreiro.

O presidente da FGM anunciou ainda novos tombamentos previstos para a capital, como a Igreja dos Aflitos, a Igreja Ascensão do Senhor, no CAB, e a Festa de Iemanjá, dentre outros.
Alegria da família – Segundo Solange Carybé, filha do artista, a família está muito lisonjeada com o tombamento das obras. “É um ato de reconhecimento da cidade de Salvador para com o trabalho dele. Ele que escolheu morar aqui e estampou a cidade com muitos dos seus murais que são obras públicas. É muito bacana que a Prefeitura reconheça seus artistas e suas belezas”, frisou.

Abaixo a localização dos painéis de Carybé tombados: 

– “Tupinambá”, integrado ao Edifício Tupinambá, no Canela;

– “As Mulheres e os Pássaros”, integrado ao Centro Empresarial Iguatemi;

– “Catharina Paraguaçu”, integrado ao Edifício Catharina Paraguaçu, na Graça;

– “Índios Guerreiros”, integrado ao Edifício Campo Grande, no Campo Grande;

– “Orixás”, integrado ao Museu Afro-Brasileiro, na Antiga Faculdade de Medicina, no Terreiro de Jesus;

– “Fundação da Cidade do Salvador”, integrado ao Foyer do Teatro Castro Alves (TCA), no Campo Grande;

-“Panorama de Salvador”, integrado ao Centro Educacional Carneiro Ribeiro – Escola Classe II, no Pero Vaz;

– “As Três Raças”, integrado à fachada da Fundação Casa de Jorge Amado;

– “A Colonização do Brasil”, integrado à fachada do Edifício Desembargador Bráulio Xavier, na rua Chile;

– “Os Pescadores”, integrado ao Edifício Barão de Itapuã, na Barra;

– “Quetzalcoatl”, integrado ao Edifício Cidade de Ilhéus, no Comércio;

– “Progresso” e “Fundação de Salvador”, integrados ao Edifício Cidade de Salvador, no Comércio;

– “Espécies Marinhas”, integrado ao Edifício Labrás, no Comércio;

– “A Colonização do Brasil”, integrado à Agência do Banco Bradesco, na Rua Chile;

– “Bahia”, integrado ao Edifício Guilhermina, no Campo Grande.

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