Desde pequenos aprendemos que razão e emoção devem caminhar juntas, em equilíbrio, mas, muitas vezes, a emoção se sobrepõe à razão e aí os efeitos são imponderáveis… A Inteligência Emocional é um conjunto de comportamentos que impactam no sucesso e na felicidade, além da inteligência formal (Quociente Intelectual – Q.I.), que é avaliada na vida acadêmica e profissional. Aprender a administrar as emoções é o conceito de inteligência emocional que a life coach e neurocientista, Cecília Barretto*, orienta como desenvolver.
De acordo com Cecília, o Q.I. é responsável por cerca de 20% do sucesso na vida, enquanto que os outros 80% são influenciados por diversos fatores, inclusive a Inteligência Emocional. Ela lembra que muitas pessoas consideradas inteligentes nem sempre são as mais realizadas. “Há casos de alunos superinteligentes, nota 10, que não se relacionam bem com os colegas ou de pessoas bem sucedidas no trabalho que têm uma vida familiar ou amorosa cheias de conflitos”.
A life coach esclarece que a Inteligência Emocional tem predisposição genética, mas é possível reprogramar a mente e mudar atitudes desfavoráveis ao desenvolvimento. “Grande parte do comportamento tem cunho genético, mas, a outra porção do ser é construída a partir de experiências, por isso dizemos que o cérebro é adaptável. Essa flexibilidade diminui à medida que crescemos. Ainda assim, é possível fazer mudanças comportamentais que afetem a personalidade e gerem maior satisfação”, afirma Cecília.
A Inteligência Emocional abrange muitos hábitos que podem ser treinados e que abrangem autoconhecimento, autogestão, motivação, empatia e socialização. Para desenvolver essas habilidades, a profissional diz ser preciso estar atento aos sentimentos no momento que eles ocorrem e nomeá-los. “Estou sentindo raiva. Quando reconhecemos a emoção podemos optar em continuar ou não com ela”, exemplifica Cecília. A capacidade de lidar com os próprios sentimentos é o passo seguinte para trabalhar a Inteligência Emocional.
Para desenvolver a motivação, a empatia e a socialização é preciso: otimismo, tolerância com o outro e interação. “Ninguém além de nós mesmos é responsável por adicionar momentos de satisfação, motivação em nossas vidas”, comentar Cecília. Nesse sentido, o otimismo é um conceito importante. Os otimistas são mais realizadores que os pessimistas. Além disso, entender os sentimentos alheios é um hábito que precisa ser cultivado. “Não devemos esperar que reajam às situações como nós reagimos. Cada um tem sua forma de pensar, sentir, agir. Desta forma, os relacionamentos seriam mais harmoniosos”.
A inteligência formal tem importante papel na realização das pessoas, principalmente no campo profissional, mas a forma de com lidar com sentimentos é determinante na evolução do ser. Segundo a life coach, as emoções podem ser nossas maiores aliadas ou piores inimigas, tudo depende do que faremos com elas. Daí a importância de desenvolver a Inteligência Emocional. “Que dispõe de inteligência emocional adoece menos, interage mais; tem poder de diminuir ou aumentar a capacidade de produção para alcançar os objetivos; maior consciência para tomar decisões, e é mais feliz”, conclui Cecília.
Passos para treinar a Inteligência Emocional
– Fique atento aos sentimentos, reconheça-os (ansiedade, medo, inveja, decepção) e decida como agir diante deles.
– Avalie os acontecimentos por uma ótica positiva, buscando uma alternativa para melhorar a situação.
– Observe as emoções do outro, se coloque no lugar dele e tente ajudá-lo.
– Evite julgamentos e aceite as diferenças.
– Tente controlar os impulsos. Respire e tente pensar nas consequências de cada ação.
Cecília Barretto* – Life Coach certificada pelo ICI – Integrated Coaching Institute e com especialização em Neurociência pela Mackenzie. O coach é um facilitador das mudanças em todas as áreas da vida. O processo de coaching envolve aprender a identificar forças e fraquezas, ou seja, se conhecer; definir objetivos e traçar planos para alcançá-los e criar estratégias de mudança de hábitos para que a execução aconteça da melhor forma.