Quando o plano B não dá certo

Antes de começar, preciso dizer que essa história é verdadeira, apenas troquei os nomes para garantir a confidencialidade.

Mas não e isso que quero contar não…Era domingo à tarde, estava em casa confortavelmente deitada assistindo o que eu não me lembro…O celular toca, quando olho… “Ai meu Deus, Shirley Fonseca”, uma cliente super cricri, sociality, eu ia fazer o casamento da filha um ano ainda…mas queria reuniões semanais. Eu disse: “- PQP que faço…acho que não vou atender…hoje não é dia”. Mas meu coração, rapidamente pensei no meu bolso e num provável rompimento de contrato…Atendi:

– Oi querida, e aí, tudo bem?

Com uma voz tremula, chorosa respondeu:

– Amiga, tá podendo falar…?

Quase morri de susto…O marido morreu…desistiram do casamento…a unha quebrou …Sei lá…Desesperei.

– Claro amiga …que foi?

– Ele quer me matar…Socorro, estou aqui no meu escritório, não posso ligar para a polícia…ele disse que se eu não abrir a porta, vai arrombar tudo e me mata. Me ajude! –  Sussurrou Shirley, desesperada.

– Amiga …o que houve, você me disse que seu marido estava na Europa. Ele já chegou? O que está havendo? Você está onde?

– Não, amiga… – (nesse momento éramos amiga inseparáveis) – é o André. Ele está louco! Disse que não quero mais ele. Ele não está aceitando. Vem pra cá, por favor! Estou no escritório.

Valeime minha nossa senhora, você tem um amante?

Naquele momento o desespero tomou conta de mim. Nunca imaginaria aquela mulher bem-sucedida, uma família linda, aquela coisa de foto perfeita, sabe? Marido, filhas, dinheiro, trabalho…Que coisa, viu?

– Desculpa, desculpa…não é isso que interessa agora. – Voltei a falar com Shirley: – Olha amiga, estou em Praia do Forte. – (mentirinha básica, eu que não ia lá para o tal do André ter o trabalho de me matar também ) – faz assim, me dá o número do celular dele. Vou ligar e conversar com o sujeito. Dependendo, eu peço a um amigo meu Coronel da Polícia para dar um jeito, Calma.

Pensei que o cara não ia atender, mas… :

– Alô, André?

– Sim, quem fala?  – Perguntou o sujeito com uma voz grave, roca e muito sexy.

– Olha aqui é Carla, amiga de Shirley. Ela me ligou falando do que está acontecendo. E preciso André, que você me ajude. Shirley está desesperada. E antes que eu ligue para a polícia e a cara de vocês saiam em todos os jornais, resolvi te ligar.

O sujeito deu uma gargalhada de dar ódio!

– Rapaz, fique na sua. Tá tudo tranquilo. Eu só quero mesmo é conversar com ela. Não tem nada demais. Ela que é louca, exagerada. Ela não me quer mais, mas não pode ser assim afinal foram alguns meses de serviço prestado.

Afff…agora foi que danou-se, não entendi mais nada com essa coisa de “serviços prestados”. Ela não tinha motorista, na empresa dela era um time de oito mulheres. Que diacho de funcionário é esse …em pleno domingo misturando termino de relacionamento e tempo de serviço? Pensei.

– André, faz uma coisa. Deixa essa mulher quieta aí. Amanhã você liga para ela. Marca um horário e acerta tudo. Shirley não vai deixar você na mão.

-Sabe de uma coisa? – Indagou sorridente. – Vou embora mesmo. Já está quase na hora da Timbalada…e eu não perco essa por nada. Mas fala ela, para não me esquecer. E me ligar para acertarmos.

Suspirei com um pouco de tranquilidade…e retornei a ligação para Shirley.

– Amiga, depois manda umas flores pro Carlinhos Brown viu, graças a Timbalada que já vai começar, André resolveu bater retirada. Mas olha aí nas câmeras e confere com a portaria do prédio antes de sair, viu? Se quiser conversar, amanhã estarei livre. Me ligue.

E assim aconteceu. Fiquei sabendo que naquela mesma noite, depois do show da Timbalada, Shirley e André se encontraram, para uma devastadora noite de amor, não, sexo! Afinal, Shirley uma linda e elegante mulher, 49 anos, bem casada e estruturada, em uma noite de carência resolveu entrar num desses sites de relacionamento e contratar um garoto de programa.

Só para resumir esse relacionamento, um ano depois realizei o casamento da filha de Shirley, com todas as pompas …Lindo, super luxo! Com um detalhe, Segurança redobrada. Parecia que a presidenta Dilma estaria presente. Mas não. O tal do André, esse identificou o ponto fraco desta mulher e continuou a atormenta-la.

Agora, fico me questionando. Por quê? Eu nem imaginaria isso daquela mulher. Não sou santa não. Nem acho que a mulher não pode realizar suas fantasias. Trair. Dar seus jeitinhos em busca de uma felicidade momentânea. Mas a que preço?

Outro dia voltei a falar com Shirley, estava curiosa para saber a quantas andava, pois nunca mais suas fotos não apareciam nas colunas sociais. Ela fez 3 meses de terapia. Fechou a empresa e estava indo morar no Rio de Janeiro com a filha solteira. O marido de Shirley, um engenheiro de uma multinacional, vivia viajando. Pouco parava em casa. Então, importava menos onde seria seu lar!

Qual o preço da sua felicidade? Felicidade mesmo? Ou prazer?

Essa história de viver o momento, realmente vale a pena? A que preço?

Tenho percebido que muitas mulheres transitam livremente entre amor, paixão e prazer. Será esses sentimentos são iguais ? Mas o que é o amor?…O que é a paixão?

Hoje, cheguei a uma conclusão. Você precisa Casar com Você mesma. E quando falo isso…pense no que você espera do seu casamento com o outro?

Praia, shopping, cinema, jantarzinho, viagens…e sentir prazer…Sim PRAZER. Você e Você! Então, conhece-te! Sai sozinha, vai ao cinema, um barzinho, desfruta de momentos verdadeiramente seu.

Olhe-se no espelho e verá a verdadeira responsável pela sua felicidade.

Um beijo no coração!

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