Aliviando a tensão e o estresse do distanciamento social, áreas verdes com jiboias, monsteras e pacovás são opções viáveis para áreas residenciais
O contato com a natureza vem se tornando uma terapia alternativa na pandemia, proporcionando momentos de paz e tranquilidade para quem está recluso. Com os casos de estresse aumentando 80% durante o isolamento social, segundo levantamento da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o hábito de cultivar e regar as áreas verdes dentro de casa vem amenizando o quadro de mal-estar psicológico.
Universitário de 22 anos, Josias Ramos é o encarregado de regar as plantas da mãe, Jandaíra Angélica, durante todos os dias da semana. Com a chegada da pandemia do novo coronavírus, Josias conta que a atividade se tornou prazerosa, amenizando a pressão do isolamento social. “Ter uma casa com plantas dá um ar diferente. Essa semana, quando deslocamos todos os jarros para a laje, percebemos a diferença visual de como é a nossa casa sem o verde que agrada os olhos, deixando os cômodos vazios e sem vida”, explica.
Segundo uma pesquisa publicada na Environmental Research, pessoas que possuem espaços com plantas apresentam diversos benefícios, entre eles, a redução do estresse. Seja em casa ou apartamentos, a febre decorativa da “Urban Jungle” (selva urbana) vem conquistando o espaço residencial com samambaias, cactos e crótons, levando beleza e aconchego para áreas internas e externas das residenciais.
Auxiliando quem deseja começar a utilizar plantas na decoração de casas e ter uma rotina mais leve na pandemia, o arquiteto baiano Márcio Barreto explica que o melhor ambiente para fazer uma área verde é o cômodo que o residente mais permanece durante o dia.
“Com a pandemia muitos estão trabalhando em home office, então precisamos transformar o cômodo de trabalho em algo agradável, além de funcional, sendo ideal alocar plantas no cômodo onde está seu escritório, como a sala ou o quarto. Sobre não poder ter plantas no quarto: mito. A noite elas roubam um pouco do oxigênio do ambiente, mas isso não chega perto do que seu ‘pet’ consome dormindo no quarto com você”, orienta.
O profissional elenca a Jiboia, Monstera e o Pacová como melhores opções de plantas para ambientes residenciais. Segundo Márcio, a “costela de adão” (Monstera) e a “babosa de árvore” (Pacová) são indicadas para locais com luz indireta e precisam de solo moderadamente úmido, sem ser encharcado, dando um aspecto descolado ao cômodo escolhido. Com relação à jiboia, Márcio destaca o fácil cuidado e rega esparsa, permitindo um truque na decoração: pendurar no teto permite uma percepção da altura maior para a casa.
Apesar de encarar o uso de plantas artificiais como uma opção viável, tendo em vista a semelhança com as naturais, Márcio aconselha aos moradores optarem por áreas verdes que necessitem de rega, adubo e iluminação, acompanhando o crescimento dos brotos e criando um vínculo com a natureza, ideal para aliviar a tensão da pandemia.
“É incrível ver um broto se formando e tomando forma após seus cuidados. Depois de conseguir cuidar das naturais e acompanhar o seu crescimento, certeza que você não irá querer as artificiais”, afirma.
Acreditando que uma nova demanda de consultoria está por vir, o arquiteto conta ter recebido diversas mensagens após postar fotos da transformação que está fazendo em sua casa com a escolha de plantas. Explicando até mesmo como utilizar espécies no banheiro, Márcio escolhe o “Imbé” para o cômodo em questão, removendo as toxinas, neutralizando os odores do ambiente, entregando cor e vida que objetos de decoração não conseguem.
“Além de todos os benefícios, a grande maioria das plantas tem preços acessíveis no mercado. Para moradores de Salvador, eu recomendo a ‘Holambelo’, sendo uma ótima opção pela variedade de espécies e por estarem sempre renovando o estoque. Quem mora em Lauro de Freitas e está seguindo sentido ‘Linha Verde’, também encontrará diversas opções acessíveis no comércio de rua”, conclui.
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