Pachamama e o processo de cura

Povos muito antigos já tinham compreensão de que processos de cura se dão de forma integral. A mitologia é prova disso. Essa consciência de totalidade tem sido esquecida ao longo do tempo, criando um descompasso. Problemas de saúde vêm sendo tratados de forma isolada, mascarando sintomas. Pensar saúde e bem-estar também inclui a compreensão dos aspectos emocionais, relacionais e que transcendem as construções mentais de cada um.

Na mitologia dos povos anteriores aos incas no Peru e na Bolívia, uma deusa dragão com nome Pachamama traz a representação do aspecto de cura enquanto totalidade. Adorada como simbolismo do planeta Terra, a divindade, quando não respeitada, enviava terremotos e outras tormentas. Do ponto de vista simbólico, esse mito trata da importância do entendimento do ser humano na sua integralidade, no respeito à sua saúde como algo sagrado, aspecto a ser reverenciado.

A psicoterapia não exclui a necessidade de acompanhamento médico e não serve ao propósito de aliviar dores físicas, mas tratar as emoções pode contribuir para a cura. No livro ‘Terapia Holística Alliyana’, o médico holístico, homeopata e psicoterapeuta transpessoal Juan Danilo Rodrigues, considera que o restabelecimento da saúde passa pela compreensão dos problemas relacionados a crenças, aprendizados e desordens emocionais.
Rodrigues explica que a palavra Alliyana, na língua dos nativos quíchuas, significa sarar, com um sentido de esclarecer, trazer à consciência. Segundo o médico, quando um propósito é focado, o sistema nervoso central é influenciado e passa a sentir a mudança. Assim se dá o processo de informação que auxilia a cura. Mascarar sintomas pode ser a pior alternativa, ou seja, tentar não perceber o terremoto simbólico da deusa dragão Pachamama.

Texto escrito por Daniella Sinotti, terapeuta transpessoal sistêmica e jornalista.

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