música do compositor baiano Paulo Costa Lima, professor da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, chegou este mês às plateias da França, Suiça e Espanha, graças a turnê que vem sendo realizada pelo Grupo de Percussão da Unicamp (GRUPU) por diversos países da Europa. O grupo, regido pelo maestro Fernando Hashimoto, incluiu no seu repertório a peça Chega de Caboclo, inspirada na tradição inventiva dos caboclos brasileiros, celebrando a música de influência africana.
A turnê do GRUPU teve início no dia 5 de junho com um concerto no Conservatório de Paris. Nos dias 9 e 15 de junho ocorrerão concertos no Kunstlerhaus Boswil, na Suiça. Finalmente, a excursão será encerrada no dia 18 de junho com uma apresentação no auditório do Conservatório Superior de Música de Valencia (Espanha). Além disso, o grupo estará participando, ainda neste mês, como residente do International Percussion Academy 2018 – Zurich.
“A peça celebra a tradição inventiva de caboclos brasileiros, misturando palavras de ordem da cena cabocla com sonoridades da música percussiva contemporânea e afro-brasileira. Os percussionistas também atuam como faladores, gritando frases em português enquanto tocam, principalmente o bordão da peça ‘Chega de Caboclo’ – que capta com ironia uma certa aversão da elite aos temas caboclos”, explica Paulo Lima, compositor de reconhecido talento nos meios acadêmicos e artísticos, tendo como marca registrada a busca pela aproximação do erudito com o popular.
A obra de Paulo Lima torna-se cada vez mais conhecida fora da Bahia. Está sempre presente em bienais de música e já constou do repertório de diversas orquestras nacionais e internacionais. Em 2016, por exemplo, a peça Cabinda, nós somos pretos, foi aclamada pelo público e crítica ao ser executada na Sala São Paulo pela Osesp, sob a regência da maestrina Marin Aslop.