Por Denisson Palumbo
Euclides da Cunha via nos Sertões um “dédalo de sangas”, onde um “minotauro de seis mil estômagos” se perdia; uma grande imagem: o “Morro da Favela” era um labirinto de valas, onde uma tropa metade máquina, metade gente resvalava. Onde era para o bicho pegar, matar e comer, o bicho corria! A terra seca era do carcará, não do minotauro (grego demais para o sertanejo). O homem da capital calculou com suas medidas, mas nos Sertões eram outros quinhentos. A luta se alongou… chegou ao século XXI… e marcha com as pernas curtas da mentira, acima de tudo. O fato circunstancial é que o Brasil mata brasileiros, em nome da pátria, acima de todos direitos. O mito do minotauro é um caminho para entender o país em seu labirinto? O carcará canta ainda, acima dos muros, “mais coragem do que homem”, como os sobreviventes dos sertões na frente dos milhares de soldados.