Por Denisson Palumbo
Victor Jara cantou pelo direito de viver em paz; Patativa do Assaré clamou pelo sagrado direito de pensar, Cleise Mendes, bem viva, pacífica e pensante, alerta para o direito à besteira. Que seja garantido a cada pessoa o “riso sem culpa”, a cada cara e coroa do mundo, o direito a sua “A Bofetada”: espetáculo vitorioso, sem ter entrado nos campos de batalha da seriedade; zomba da plateia e de si próprio enquanto obra teatral, no direito de viver sem desavenças com o grande público, que só deseja ser feliz, sem sal na sua sobremesa, absolvido de arrependimentos. Ao proselitismo acadêmico “A Bofetada” oferece a outra face da máscara, calada. Não há nada a desculpar. O direito a ser humano só é possível se junto ao direito a ser animal também; a besteira é bestial e comestível. A tal “catarse” talvez seja escatológica: uma cloaca comum a comédias e tragédias humanas…melhor rir, em todo caso. Tristeza traz miséria. O sábio sabe o sabor do riso, sem jamais saber sua razão. E o resto é gargalhada.