Maioria das crises de rinite alérgica pode ser evitada

Muita gente viaja no feriadão do Carnaval e, quando chega na casa de praia ou mesmo na volta para casa, encontra os móveis, o chão, o tapete, as cortinas e as almofadas sujos de poeira e resíduos acumulados ao longo dos dias sem limpeza. Para quem tem rinite alérgica, este é um cenário perfeito para o início de uma crise. O ideal é que antes dessa pessoa entrar no ambiente, outra que não tenha o problema abra todas as portas e janelas; ponha no sol tecidos, almofadas e colchões e passe um pano úmido no chão.

“Na verdade, o melhor mesmo é que na casa de pessoas alérgicas não tenha cortinas, tapetes, bichos de pelúcia ou mesmo animais de estimação com pelos como gatos, cães ou coelhos”, aconselhou o otorrinolaringologista do INOOA, Pablo Marambaia. Além de manter o ambiente limpo e livre de poeira, a proliferação de mofo deve ser combatida e a exposição à fumaça do cigarro, evitada. Se a pessoa tem rinite e é tabagista deve fazer todo o esforço possível para abandonar o vício. Até mesmo perfumes, determinados cosméticos e produtos de limpeza precisam ser evitados em certos casos.

O doutor Pablo Marambaia salienta que higienizar o nariz com soro fisiológico várias vezes ao dia e ingerir bastante água pode ajudar muito na profilaxia. E se mesmo com todos esses cuidados a crise aparecer, o melhor é procurar orientação médica. “Saber qual o tipo de rinite está sendo tratada é importante para evitar o uso de medicamentos desnecessários e possíveis complicações”, destaca o especialista.

Entenda melhor a doença – A rinite ocorre devido a uma inflamação na mucosa do nariz. A reação inicia-se quando algum ‘intruso’ atinge a superfície interna do nariz, que é sensível. Como resultado se cria uma série de reações que vão gerar uma reação exacerbada de defesa. Um exemplo é o espirro, que é um reflexo natural do ser humano. A pessoa espirra a fim de impedir que esse corpo estranho chegue aos pulmões. O espirro serve como uma proteção, mas nas pessoas com rinite alérgica, a sensibilidade é muito maior e esse reflexo torna-se repetitivo.

Além disso, a função de umedecimento do ar, feito no nariz por meio da produção de muco, também aumenta, o que eleva a quantidade de secreção. Com isso, chega-se aos sintomas da rinite. “A pessoa espirra demais, tem muita coriza, o nariz fica entupido, há coceira exagerada e pode ter conjuntivite, porque o olho está ligado ao nariz”, enumera Pablo Marambaia.

Segundo o IV Consenso Brasileiro sobre Rinite, “o quadro clínico continua a ser importante para o diagnóstico da rinite alérgica. Além dos sintomas característicos, a  obtenção de histórico alérgico pessoal e familiar é fundamental, assim como a identificação dos fatores desencadeantes”. Vale lembrar que filhos de pai e mãe com alergia têm 50% mais chances de desenvolver a doença.

Pablo Marambaia explica que o tratamento se baseia em três alicerces: higiene ambiental, medicamento e imunoterapia. No primeiro caso, é preciso descobrir o alérgeno e combater, ou seja, evitar o contato. Além disso, existem diversas classes de medicamentos e um médico deve ser consultado para fazer a melhor escolha. “É preciso tratar a doença, sobretudo, antes da crise e não, como se faz muito, somente quando os sintomas estão presentes”, alerta o otorrino. A imunoterapia é um tratamento mais longo que reduz muito a sensibilidade que a pessoa tem ao alérgeno e deve ser destinado a determinados grupos de pacientes.

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