Mágico Mar volta a cartaz de 12 a 14 de outubro no TCA

Açolina (Simone de Araújo) vive em uma antítese utópica em meio a um ambiente marítimo dominado pelo lixo e ironicamente faz pedidos de S.O.S jogando garrafas em alto-mar. Espiga (Fernando Lopes), um catador de garrafas a encontra e mostra a possibilidade de ter um mar limpo e azul. Este é tempo-espaço de Mágico Mar, espetáculo vencedor do Prêmio Braskem de Teatro de 2016 nas categorias melhor diretor, cenário e atriz, que volta a cartaz para curta temporada na Sala do Coro do Teatro Castro Alves, de 12 a 14 de outubro, às 20h.

A peça traz uma linguagem em “gramêlo” e embola palavras em português para falar sobre a preservação do meio-ambiente e reutilização de resíduos. Com tom artístico-educativo, Mágico Mar utiliza a poética do clown, efeitos especiais e números de mágica para a construção de sua narrativa. A encenação dirigida por Rino Carvalho criada a partir de um roteiro dramatúrgico de Joice Aglae tem reverberações performáticas e poéticas-gestuais.

O projeto nasceu em 2009 quando Fernando Lopes pesca um Xaréu magro com o estômago preenchido por uma garrafa pet. Lopes, que é palhaço e mágico, declara que o intuito de Mágico Mar é estabelecer uma reflexão sobre as ações humanas e suas consequências na natureza, especialmente no mar. “É sobre como essas ações interferem diretamente na atividade pesqueira e consequentemente nas nossas vidas”, acrescenta.

A mágica é o fio condutor da ação e o humor do palhaço é a linha desta trama que fala de solidão, amor e meio ambiente. “Mágico Mar tem uma estética monocromática – futurista – decadente, onde o lixo predomina o espaço e todos convivem nele normalmente. Tudo isso, dentro de uma língua inventada, em um lugar de um futuro qualquer, ilhado pelo lixo, numa situação de relação entre pessoas solitárias onde o amor e o lixo se transformam”, define Rino Carvalho, artista que já tem mais de 20 anos de carreira.

Direcionado a todos os tipos de público: crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos – utiliza o Teatro, Circo, Fotografia e Cinema para abordar o assunto de forma lúdica e poética, provocando a consciência e a responsabilidade de cada cidadão sobre um dos temas mais preocupantes da atualidade: o meio ambiente.

O discurso, os gramêlos, as emboladas palavras em português, a mágica, os efeitos especiais e a palhaçaria somam-se à trilha sonora instrumental elaborada exclusivamente para o espetáculo. Ao todo, foram criadas 10 composições. As músicas de Deco Simões têm colaboração do multi-instrumentista Elinaldo Nascimento e Jelber Oliveira.

Tocando em assuntos como preservação ambiental e reciclagem, a montagem tem o cenário construídos a partir de material recolhido do mar ppor Fernando Lopes – 70%. Assinada por Maurício Pedrosa, o cenário foi um dos vencedores do Prêmio Braskem de Teatro de 2016. O figurino criado por Rino Carvalho também reaproveitou objetos recolhidos no mar – 30%.

“É desse material descartado que nasce o barco que navega em mar limpo e leva Açolina e Espiga para longe do ambiente dominado pelo lixo. É importante falar que, nossa iluminação, som, efeitos especiais e parte técnica de montagem não utiliza energia do local que nos recebe. Utilizamos baterias recarregáveis, economizando assim, cerca de 90% de energia, se comparado a qualquer outro espetáculo dentro de um teatro” pontua Fernando Lopes.

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