Hoje, 21, Dia Mundial da Infância, especialistas baianos lembram um alerta importante: quatro em cada cinco crianças obesas permanecerão obesas quando adultas, de acordo com dados de 2017 da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Mais de 50% da população adulta brasileira está com sobrepeso ou obesidade. Em boa parte dos casos, a doença crônica acompanha a pessoa desde a infância.
“Isso porque a obesidade nesta fase não reflete apenas na mudança da balança, mas em uma alteração metabólica que influencia toda uma vida. Os hábitos infanto-juvenis são determinantes para o que será o adulto do futuro”, alerta Caiaque Souza, médico nutrólogo da Clínica da Obesidade.
Os períodos mais críticos para o desenvolvimento da obesidade são os primeiros dois anos de vida e a adolescência. Se os pais já forem obesos, o risco de adquirir a doença é ainda maior. Na adolescência, o cuidado deve ser redobrado. Mas muito além dos determinantes biológicos, o ambiente em que se vive exerce forte influência na vida de uma pessoa.
“Tem sim a questão da carga genética, mas, antes de mais nada, os hábitos dos responsáveis influenciam diretamente na rotina das crianças e dos adolescentes. Pais com hábitos inadequados não têm cuidados com eles mesmos e, muitas vezes, inserem a criança neste mesmo cenário. A priori, o adulto não vê grande problema, mas é sim um grande risco. Compulsoriamente estas crianças não têm escolha, porque estão sob orientação dos pais”, adverte o nutrólogo.