EXPOSIÇÃO ‘SER FELIZ É PARA QUEM TEM CORAGEM’ HOMENAGEIA DONA CANÔ

A Caixa Cultural Salvador apresenta, de 1º de março a 27 de maio, a exposição inédita Ser Feliz É Para Quem Tem Coragem, que homenageia Dona Canô, uma das mais notáveis mulheres centenárias da Bahia, símbolo da cidade de Santo Amaro, no Recôncavo Baiano, e matriarca da família Velloso. A mostra reúne objetos pessoais, fotografias, textos, canções, poemas, vídeos e depoimentos que perpassam os seus 105 anos de vida.

Um convite à cidade e à casa – sempre de portas abertas – dos Velloso, a exposição, que tem como nome a mais memorável das frases da homenageada, transporta os visitantes para o universo simbólico de amor e fé dessa mulher que resume em si a força e a representatividade de um povo. Como em um bordado, os mais de cem anos de Canô são costurados em instalações multissensoriais delicadamente concebidas para a exposição. Ser Feliz É Para Quem Tem Coragem estará aberta à visitação gratuita de terças-feiras a domingos, das 9h às 18h, na Caixa Cultural Salvador (Rua Carlos Gomes, 57, Centro).

Com realização e curadoria assinada a seis mãos por Elaine Hazin, da Via Press Comunicação, Ju Velloso Mesquita e Tania Fraccaroli, da Tom Tom Produções, a mostra conta com peças como objetos pessoais de Dona Canô, com destaque para a sua coleção de terços e um altar de orações, fotografias raras do acervo familiar, textos em verso e prosa assinados por filhos e netos, além de depoimentos em vídeo – inclusive com falas de Maria Bethânia e Caetano Veloso – exibidos em projeções mapeadas.

“Essa exposição mostra um pouco da vida dessa mulher à frente do seu tempo, que soube fazer sua vida além de todas as possibilidades”, destaca Tania Fraccaroli, uma das realizadoras. “Minha avó sempre foi para mim uma menina. Construiu uma vida de sonhos, harmonia, confiança, abundância e sinceridade. É uma alegria imensa poder realizar uma exposição sobre essa mulher forte que foi Canô”, completa Ju Velloso Mesquita, realizadora e neta da homenageada.

Lugares de afeto

“Guiados por Rodrigo e Mabel Velloso, abrimos armários, gavetas, encontramos caixas, terços, santos, contas, cartas, fotos, vestidos. Contar a história de Dona Canô é mergulhar neste Recôncavo, nesta casa, nas águas do Subaé. É, sobretudo, reverenciar a força do feminino”, destaca uma das curadoras, Elaine Hazin, sobre o processo de concepção da exposição.

Na ambientação, Ser Feliz É Para Quem Tem Coragem propõe um passeio, atento e sem pressa, à cidade de Santo Amaro e à morada de Dona Canô. Em um trabalho de Ana Kalil, responsável por projeto expográfico e cenografia, seis espaços se alinhavam numa costura cuidadosa de amor, fé, família e força feminina. Lá estão representadas as ruas e casas características de Santo Amaro, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Purificação, a Feira da cidade e, claro, a casa da família Velloso.

Os 105 anos de vida de Canô ganham um espaço dedicado: uma linha do tempo que se revela em reproduções de suas caixinhas de terço. No quintal da casa da Rua do Amparo, representado em um dos ambientes, o público pode sentar-se à mesa de refeições e alimentar a alma com depoimentos que revelam Canô aos olhos de filhos – entre eles Maria Bethânia e Caetano Veloso, netos e amigos. Em projeções mapeadas desenhadas pelo VJ Gabiru, os vídeos serão exibidos nos pratos dispostos à mesa.

O vídeo mapping está também no Teatro Dona Canô, que contará com projeções em tecido. A festa do Terno de Reis – para a qual a homenageada se dedicada fortemente todos os anos e que celebrava o seu casamento de mais de 50 anos com o esposo Zeca – também aparece com cores vibrantes e estandartes.

Menina centenária

Claudionor Viana Teles Velloso, a Dona Canô, nasceu em 16 de setembro de 1907, na cidade de Santo Amaro, pela qual tinha amor declarado. A vida alegre fez com que aos 105 anos ainda fosse, aos olhos de quem a conhecia de perto, uma menina que queria consertar o mundo. Mãe de oito filhos, entre biológicos e adotivos, – Nicinha, Clara Maria, Maria Isabel, Rodrigo, Roberto, Caetano, Bethania e Irene – viveu 53 anos de um feliz casamento com José Telles Velloso, o seu Zeca.

Inquieta, amorosa, festiva e atuante, cumpriu um importante papel social, político e cultural para todo o Recôncavo Baiano, tornando-se símbolo de sua cidade e referência de seu povo. A receptividade era um dom. Sua casa vivia de portas aberta para quem chegasse. Era entrar, comer algo, conversar e receber os conselhos do ‘bem viver’.

A cozinha era o ponto alto da casa, em meio às receitas de maturi. Lutou pela limpeza das águas do Rio Subaé, conseguiu reformar a Igreja Matriz e, graças à boa relação que mantinha com autoridades e personalidades, levou o nome de Santo Amaro para todo o país, tornando a cultura popular da região conhecida e valorizada.

Serviço:

Exposição ‘Ser Feliz é Para Quem Tem Coragem’
Abertura:
1º de março de 2018 (quinta-feira), às 19h
Período:
 2 de março a 27 de maio de 2018
Horário: das 9h às 18h, de terças-feiras a domingos
Local: CAIXA Cultural Salvador (Rua Carlos Gomes, 57, Centro – Salvador)
Entrada franca
Informações:
 (71) 3421-4200
Classificação indicativa: livre

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