William Rachid – Diretor da Porto Seguro Consórcio
Com mais conhecimento sobre o universo financeiro, muitos brasileiros passaram a comprar cotas de consórcio por ser um tipo de investimento programado e inteligente. No entanto, como qualquer outra forma de investimento, optar por consórcio exige atenção, para que seja possível atingir o objetivo previsto e ainda aproveitar da melhor maneira tudo o que a modalidade tem a oferecer.
A primeira coisa que se deve pensar ao investir é o objetivo a ser atingido. Com consórcio, o cliente não depende apenas de sorte para ter acesso a seu crédito, pois também é possível aumentar as chances de contemplação ofertando lances. Porém, não se pode esperar que o crédito seja concedido do dia para a noite, por isso, é uma modalidade indicada como investimento de médio a longo prazo.
Outro fator relevante, que impacta diretamente nas chances de contemplação, é a solidez dos grupos formados pela administradora. Isso porque a inadimplência no pagamento das parcelas pode fazer com que seja necessário mais tempo para que todos sejam contemplados. Por isso, é fundamental pesquisar muito bem sobre a empresa contratada, levantando o histórico dos grupos, reputação dela no mercado e, até mesmo pedindo indicações de pessoas que tiveram uma boa experiência. Nesse momento, o apoio de um profissional, como o Corretor de Seguros, pode ajudar.
É importante ter em mente que para investir é preciso ter planejamento, para evitar assumir dívidas com as quais o cliente não poderá arcar. Sendo assim, considerar o valor que deverá ser reservado todo mês para pagamento das parcelas é fundamental. Apesar de não haver cobrança de juros, a taxa de administração, seguros e fundo de reserva do consórcio impactam no valor final a ser pago mensalmente e devem estar nos cálculos do investidor.
No entanto, o consórcio não é apenas um meio de aquisição de bens. Quando contemplado, se o cliente não retira o crédito, este é investido pela administradora em fundos de investimento de forma que o montante continua rendendo e gerando dividendos.
Para o consórcio imobiliário, outras possibilidades de uso do crédito são construir e reformar, o que muitos não sabem. Para àqueles com condições de comprar um imóvel à vista, pode ser mais vantajoso adquirir uma cota de consórcio de mesmo valor do montante guardado, usar metade do dinheiro para dar lance e ser contemplado, comprar e alugar o imóvel a um terceiro, permitindo que o valor adquirido com o aluguel seja usado para pagar as parcelas mensais. Dessa forma, o cliente adquire o imóvel desejado e ainda fica com metade do dinheiro para fazer o que quiser.
Ao ser contemplado, o investidor pode optar pelo bem que deseja comprar, desde que seja da mesma natureza da modalidade contratada. Por exemplo, ao contratar um consórcio de automóveis, o cliente pode adquirir um carro, moto ou até um caminhão, mas é importante checar a regra da administradora escolhida. Caso o veículo desejado seja mais caro que o crédito adquirido, o cliente paga a diferença, se for mais barato o restante do crédito pode ser utilizado para pagar as parcelas restantes, o IPVA ou até o seguro.
Tudo depende do objetivo e perfil do investidor. Para os imediatistas ou que buscam um retorno em um período mais curto de tempo, o consórcio é indicado caso o cliente possa se planejar para aplicar em lances, aumentando, assim, as chances de a contemplação acontecer mais rápido. Já se a meta for conquistar o bem a médio ou longo prazo, de forma mais cautelosa, o cliente pode aplicar aos poucos e usufruir do crédito quando for sorteado.