Colégio Miró abre Espaço Mabel Velloso para debates e workshops

Bastam alguns clicks e um mundo de informações surge na tela. Difícil não se encantar por esse jovem universo da tecnologia e que parece engolir séculos de conhecimento.  Mas a velocidade da informação e a conexão na era pós internet, entre as diferentes partes do globo terrestre, trazem junto uma série de inquietações. Dessa inquietude coletiva e da necessidade de ampliar o diálogo presencial com a comunidade, surge o projeto Miró em Movimento.

São encontros mensais gratuitos, com debates e workshops, no espaço cultural Mabel Velloso, no próprio Colégio Miró, em Salvador, sempre às quartas-feiras. Com temas voltados para um público interessado em aprofundar informações, o projeto tem como objetivo estimular o participante a trocar um pouco o mundo virtual por ouvir o que o outro tem a dizer, além de criar novas conexões.

É preciso sair do senso comum e o principal objetivo é oferecer à comunidade dos bairros vizinhos um espaço para discutir temas importantes para a sociedade e para a formação da nossa cultura. “Estamos abrindo o espaço da escola para receber a comunidade vizinha, provocando as pessoas para participar da “formação de opinião” de forma qualificada, debatendo e conversando com especialistas”, afirma Jorge Tadeu Coelho, diretor do projeto Miró em Movimento.

O projeto nasceu da constatação de que há um aumento no interesse das pessoas por discussões mais qualificadas. Em 2017, a produtora cultural Ivanna Soutto, convidou o Colégio Miró para a exibição e discussão sobre o documentário “Fonte da Juventude”, de Estevão Ciavatta. O evento lotou o espaço. “Agora, o objetivo é ampliar os campos de discussão e de conceitos.  Queremos dar novos usos para espaços já existentes com encontros de convivência entre o público interno (pais, alunos, professores) e o público externo”, avalia Ivanna, que assina a produção do projeto.

O projeto será realizado em ciclos de quatro eixos temáticos que contemplam diversas artes atreladas a discussões da atualidade, os eixos são: Olhar a Arte, Além do Filme, Conversa em Dia e Por Trás do Ofício. Todos os quatro eixos trazem sempre convidados para dialogar, trocar ideias e provocar os participantes a amadurecer o pensamento, saindo do senso comum sobre os assuntos. O primeiro ciclo será iniciado no dia 06 de junho, às 18h30 horas. 

Além do Filme – 06/06

O eixo temático “Além do Filme” trará sempre a leitura de uma obra cinematográfica, pensando as relações humanas e a história apresentada. No primeiro ciclo, a partir do filme “Relatos Selvagens”, do argentino Damián Szifron e produção de Pedro Almodóvar, o tema discutido será a intolerância. A história, que ficou em cartaz durante três anos em São Paulo, trata do discurso da razão e da falta de empatia nas relações, onde o ser humano é capaz de atos tão selvagens.  Para debater o tema foi convidado o filósofo Alex Leite, Professor da UNEB, Doutor em Filosofia pela UFRB e Mestre em Memória Social pela UNIRIO.

Conversa em Dia – 18/07

Serão apresentados temas emergentes do nosso cotidiano, com pensadores das mais diversas áreas. O primeiro assunto a ser debatido são as “Fake News”, com o professor de Teoria da Comunicação na Universidade Federal da Bahia, Wilson Gomes, que orienta pesquisas nas especialidades de comunicação e política e democracia digital. Gomes costuma dizer que “Fake News” são um tipo de material em que se realiza a política suja, a política baseada em mentiras, falsificações e distorções.

Olhar a Arte – 01/08

O workshop com especialista em História da Arte/ Artes Visuais, fará uma breve exposição/apresentação de um artista escolhido, contando um pouco da trajetória e porque ele se destacou. A obra em debate no primeiro encontro será a de Tarsila do Amaral, uma das principais artistas do movimento modernista brasileiro. A mediadora será a professora de Teoria e História da Arte, Doutora em Filosofia pela Universidade de São Paulo, Rosa Gabriella de Castro Gonçalves. 

Por Trás do Ofício – 15/08

A ideia é fazer com que as pessoas conheçam um pouco do processo criativo e da trajetória de quem trabalha na cena cultural de Salvador. A primeira convidada é a jornalista baiana Maíra Azevedo, conhecida como Tia Má, que vai contar um pouco da sua história, de como é a construção da personagem que ganhou fama nas redes sociais, como ela lida com a exposição e de que forma explora esse sucesso no mundo digital. Em formato de entrevista, Tia Má vai contar para a também jornalista baiana Sueide Kinté sobre os bastidores do ofício de uma profissional da arte.

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