Cemitérios parque crescem no Brasil

Originados na Europa dos anos 50, os Cemitérios Parque chegaram ao Brasil timidamente na segunda metade do século XX. Diferenciados pelo seu ambiente tranquilo, arborizado e com extenso espaços para caminhadas, eles têm crescido no país nos anos 2000, por proporcionarem tranquilidade aos que o visitam.

Um desses espaços é o Bosque da Paz, localizado na AV. Aliomar Balleeiro, em Salvador. Fundado em 2001, o local conta, além da extensa área verde, com um templo ecumênico para momentos de reflexão, salas de repouso junto aos velórios, e a melhor das infraestruturas com jazigos subterrâneos, identificado com placas em estilo característico do Bosque da Paz.

Outro diferencial do Bosque é seu investimento em técnicas alternativas de pós-vida, como, por exemplo, a cremação. Sendo um país predominantemente católico, a população brasileira, em sua grande maioria, não via a cremação como uma opção viável até os anos 1960, quando a igreja permitiu o procedimento. Isso reforça o movimento do cemitério de sempre trazer o que está em voga, ao mesmo passo em que respeita a diversidade de crenças de toda a população.

“Nossa preocupação foi criar um espaço que tire um pouco do peso das situações que acontecem nele. Temos assistentes de acolhimento que aconchegam os familiares, e os orientam, de forma serena, acerca dos passos seguintes ao momento do luto, inclusive quanto aos aspectos práticos mais espinhosos. O luto não é algo obrigatoriamente sombrio, mas sempre será um momento, inevitável, de contato espiritual, em único, intenso e verdadeiro ato de valorização da vida para quem fica, Precisamos estar prontos para ser um apoio reconstrutor para todos que nos procuram”, explica Gustavo Machado, Diretor-Executivo do Bosque da Paz.

Lugares como o Bosque da Paz trabalham com uma mentalidade chave: independente do método, o que importa é como a pessoa será lembrada. Por isso, garantem que essa memória esteja atrelada à natureza, ao acolhimento, e principalmente, a um amor que nunca acaba. Afinal, a saudade, como diz a sabedoria popular, é o amor que fica.

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