Tradicionalmente, no terceiro sábado de agosto, a comunidade Ilé Òsùmàrè Aràká Àse Ògòdó, mais conhecida como a Casa de Òsùmàrè – um dos mais antigos terreiros de candomblé da Bahia e também um dos mais tradicionais centros de culto afro-brasileiro do Brasil -, celebra a data mais esperada do seu calendário anual, com uma festa religiosa exaltando à divindade protetora do terreiro, o Arco-Íris. Neste ano, o evento que será comemorado no dia 18, reunirá personalidades e devotos de vários locais do Brasil e traz como tema a Ecologia. A celebração gratuita e aberta ao público acontecerá na sede da Casa de Oxumarê, localizada na Federação.
Segundo o Babá Egbé, Leandro da Mata, a escolha do assunto é um alerta de conscientização para sociedade. “Os orixás são a própria natureza e se manifestam por meio dela, como o raio, o fogo, o vento, o furação, o Arco-Íris, entre outros. Então temos a obrigação de preservar o meio ambiente para que possamos viver em um mundo bem mais equilibrado”, afirma Leandro. A abertura oficial da festa será a partir das 8h, quando os convidados, Oded Grajew, Zoraide Vilasboas , Juca Ulhôa Cintra Paes Da Cunha e Damien Hazard – militantes ecológicos -, hastearem as bandeiras do terreiro e em seguida palestrarem sobre o tema.
A Casa de Oxumarê estará em celebração durante todo o dia, mas o ápice do evento acontecerá às 21h, na cerimonia pública, onde serão distribuídas três mil mudas de aroeiras para os presentes. A aroeira faz parte de um conjunto de folhas indispensáveis em diversas aplicações religiosas, como a purificação energética de pessoais e locais. Na medicina tradicional ela é utilizada como antisséptico, antimicrobiana e no tratamento de reumatismo. Mas para manipular a folha é necessário ter o conhecimento adequado para que haja o seu real aproveitamento.