Audiência vai discutir impacto da economia do mar em Salvador

Sessão especial na Câmara de Vereadores acontecerá sexta-feira (11)

 

“O impacto da economia do mar na economia local” será o foco da sessão especial que acontecerá na Câmara de Vereadores de Salvador (CMS) na próxima sexta-feira (11) a partir das 10 horas. A audiência, que integra a celebração do Dia Mundial dos Oceanos (8 de junho), pretende discutir ações que possam viabilizar o desenvolvimento sustentável a partir da conciliação de expectativas relacionadas tanto à exploração econômica do litoral quanto à preservação do mar e da faixa litorânea da capital baiana. O encontro, realizado pela Câmara Municipal de Salvador (CMS) em parceria com a ONG Redemar Brasil, Federação de Associações de Bairros de Salvador (FABS) e Associação Classista de Educação e Esporte da Bahia (ACEB), contará com a participação de representantes da Secretaria do Meio Ambiente do Estado da Bahia (SEMA), da Marinha, de outros órgãos e pessoas interessadas no tema.

 

Segundo o ouvidor-geral da CMS e mediador da sessão, Augusto Vasconcelos, apesar de Salvador ser a capital com o maior litoral do país, faltam políticas públicas que viabilizem de maneira sustentável o desenvolvimento econômico a partir dessa grande potencialidade. “Na audiência, iremos debater com critérios técnicos medidas que possam aperfeiçoar nossa atuação nessa área, visando a preservação ambiental e a geração de emprego e renda para a cidade que tem boa parte de sua economia vinculada ao mar”, resumiu.

 

Para o presidente do Redemar Brasil, William Freitas, a capital baiana precisa ser inserida no protagonismo da discussão em torno da economia azul, que está avançando no mundo. “Por ser a capital da Amazônia Azul e a maior capital costeira do país, ter a segunda maior bacia do mundo e por vários outros elementos, nossa cidade precisa considerar a economia do mar no processo de avanço econômico pós-pandemia”, afirmou o criador da campanha permanente “O mar não está para plástico”, lançada em 2019.

 

De acordo com a coordenadora de empreendedorismo e ação social da ACEB, Anne Cristina Nogueira, Salvador precisa de mais projetos sérios voltados para a gestão da educação ambiental. “Nossas belas praias estão constantemente repletas de lixo, lamentavelmente. A gente não vê sinalização educativa, lixeiras suficientes nem muito menos mobilização para conscientizar as pessoas sobre os prejuízos do descarte inadequado de resíduos e os benefícios de cuidarmos melhor dos oceanos e desse ecossistema tão rico presente em nosso extenso litoral”, destacou.

 

Encontrar o equilíbrio entre a geração de renda proveniente de atividades ligadas ao litoral e a proteção ambiental tem sido o grande desafio dos defensores da economia azul. Este termo, inclusive, tem sido cada vez mais utilizado para definir o potencial de riqueza contido nos oceanos e o aproveitamento de recursos naturais sem prejuízo aos ecossistemas. “Uma soteropolitana gera renda e sustenta sua família vendendo água de côco na praia. O comprador do produto, consciente, não joga o canudo na areia. Ao invés disso, guarda-o num saquinho para descartar na lixeira depois ou, melhor ainda, dispensa o canudo porque leva de casa para a praia um copo reutilizável, contribuindo para reduzir a produção de lixo. Esta cena é apenas uma singela tradução do que desejamos que aconteça em grande escala na Bahia ”, finalizou Anne Cristina.

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