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Os influenciadores políticos conquistam cada vez mais seguidores nas redes sociais. No Twitter, Facebook, Instagram e em outras plataformas on-line, as opiniões desses profissionais ganham abrangência. Muitos deles não desenvolvem trabalhos diretamente ligados à cobertura ou à análise política. Mas, o que os diferencia é a capacidade que têm de imprimir um olhar diferenciado a todas essas questões, e são essas características que atraem um público cada vez mais fiel.
A coluna de política passou a fazer parte do novo formato do site Bahia Social. Muito presente na internet, com uma infinidade de compartilhamentos, o tema gera conteúdo em praticamente todos os espaços de discussão, tanto presenciais quanto digitais, com as mais diversas publicações, debates e exposições. Por isso mesmo, “não poderia deixar de estar presente nessa nova configuração do site”, explicou a diretora do Bahia Social, Mari Oliveira, que pretende proporcionar mais qualidade de informação ao público, com pontos de vista diferenciados. “A proposta não é defender candidaturas e nem partidos políticos, mas possibilitar um debate crítico e inovador ao cenário atual”, afirma.
Um dos mais conhecidos influenciadores políticos, o jornalista, escritor e colunista do Estadão, Marcelo Rubens Paiva tem uma relação histórica com a política do Brasil. O seu pai, o exdeputado Rubens Paiva, desapareceu durante a ditadura. No livro “Ainda Estou Aqui”, lançado pelo selo Alfaguara, o escritor conta como a sua mãe Eunice se reinventou depois do desaparecimento do pai em 1971. Ele contou para a jornalista Aline Ribeiro da Revista Época de que forma o seu pai foi preso pelos militares no auge da repressão, suspeito de manter ligações clandestinas com o Partido Comunista Brasileiro (PCB): “… Ele saiu escoltado de sua casa, um sobrado de frente para o mar do Leblon, no feriado ensolarado do dia 20 de janeiro daquele ano. Nunca mais foi visto. A versão oficial dos militares é de que ele teria fugido com a ajuda dos comunistas. A extraoficial, descoberta aos poucos pela família ao longo de uma vida (e que ainda não está completa), é de que fora torturado até a morte na madrugada do dia seguinte à prisão”.
Depois do desaparecimento do marido e com os bens bloqueados, Eunice Paiva começou a estudar Direito e aos 46 anos, quando concluiu o curso, passou a denunciar incansavelmente o desaparecimento do pai de Marcelo. Ela também lutou pelos direitos indígenas ao lado do cantor Sting, fez parte do movimento da anistia, das Diretas Já e da Constituinte, em 1988. Todo esse histórico familiar transformou o escritor de “Feliz Ano Velho”, seu primeiro livro autobiográfico, publicado em 1982, em um dos mais contumazes críticos da política atual. Marcelo Rubens Paiva marcou toda uma geração ao contar como ficou tetraplégico aos 20 anos, depois de bater com a cabeça, ao saltar de uma pedra numa lagoa em Campinas. Hoje, aos 61, ele contabiliza um número surpreendente de seguidores. Só em sua página do Facebook, o número passa de 123 mil e no Twitter, o número já chega a 829 mil. Outra influenciadora política muito conhecida é a jornalista baiana Cynara Menezes, editora do site “Socialista Morena”. Em sua página no Facebook, ela já possui 472.235 mil e no Twitter, 247,6 mil seguidores. Hoje, além dos seus canais específicos, Cynara também apresenta diariamente o Jornal da Fórum, às 18h no canal da revista no YouTube. Essa parceria inclui a troca e a difusão de conteúdos em seus respectivos sites e redes sociais sobre política, cultura, feminismo, direitos humanos e mídia. Além disso, a “Socialista Morena” está no Bom Dia 247, na TV Afiada e no seu Canal oficial do YouTube.
Para o novo influenciador político do site Bahia Social, Jailton Andrade, a comunicação alternativa é fundamental para qualificar o público de interesse. “Precisamos criar novas possibilidades de chegar até as pessoas que não têm acesso a uma comunicação de qualidade, com informações embasadas e verídicas. Todo esse processo é vital para o fortalecimento da democracia”, defende. No Debate Petroleiro, ele já entrevistou a doutora em educação, Celi Taffarel; o engenheiro e ex-diretor geral da Agência de Petróleo, Aroldo Lima; a deputada estadual, Alice Portugal; o senador da República, Jean Paul Prates, entre outras personalidades.
O uso de creators ou influenciadores digitais é uma ótima maneira de atrair a atenção do público de interesse para todos os tipos de assuntos. Como a opinião política é algo muito pessoal, os influenciadores especializados, normalmente compartilham dos mesmos valores dos seus seguidores. Segundo o especialista em marketing político, planejamento estratégico e gestão em meios digitais, Leandro Rehem, “para engajar esse público, é necessário usar uma linguagem mais informal, com conteúdos dinâmicos e de fácil compartilhamento. No Twitter, por exemplo, é possível a criação de threads, uma série de tweets conectados de um mesmo usuário. Com uma sequência, é possível fornecer contexto adicional, uma atualização ou uma abordagem ampliada conectando vários tweets juntos com informações ou apenas um tweet de 280 caracteres. O importante é conseguir gerar reflexão sobre o tema”, explica.
Para Rehem, os vídeos que contêm diversas informações sobre o tema também contribuem para assimilar a informação. “O compartilhamento de postagens no feed, stories ou através de lives no Instagram e no Facebook, ajudam o público a formar uma consciência crítica sobre política”, conclui.
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