Desde que a contaminação pelo Covid-19 mudou drasticamente a rotina dos baianos, ir ao médico e marcar exames deixou de ser uma decisão fácil até para quem mais precisa. Os cuidados com a saúde sofreram interrupção abrupta, chegando a uma queda de 80% na demanda por estes serviços nos meses de março e abril, evoluindo para 50% até julho. Nesse cenário, as cirurgias eletivas tornaram-se alvo de preocupação, uma vez que foram desmarcadas e adiadas em larga escala, chegando a ser suspensas em alguns hospitais.
Agora, lentamente, esse quadro vem sendo superado em Salvador, com remarcação de cirurgias que haviam sido adiadas e marcação de novos procedimentos pelos baianos. Hospitais que haviam suspendido esse tipo de serviço voltaram a realizá-lo, estando hoje todos os hospitais da rede particular baiana de saúde realizando tais procedimentos, ao tempo que executam rígidos protocolos de segurança para evitar a contaminação pelo Covid-19.
Se, por um lado, o medo do contágio paralisou os pacientes, por outro impulsionou as instituições de saúde a se estruturarem para garantir ambientes altamente controlados contra doenças infectocontagiosas. Protocolos e parâmetros de segurança foram intensificados e novos fluxos implantados nas suas rotinas. “Medidas de proteção ao paciente sempre foram executadas, mas diante do alto risco de contaminação pelo novo Coronavírus, elas foram reforçadas”, pontua Mauro Adan, presidente da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde da Bahia – AHSEB.
Testagem regular de equipes – O presidente da AHSEB informa que, entre as medidas atuais, está a separação de fluxos entre indivíduos com suspeita de Covid-19 e os demais, incluindo diferentes equipes para os dois perfis de pacientes. Além disso, testagens regulares estão sendo feitas entre as equipes de trabalho dessas instituições, incluindo médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e funcionários da limpeza, todos submetidos a normas rígidas de uso de EPIs.
Mauro Adan reforça que, em casos de cirurgias eletivas, os hospitais da rede privada da Bahia estão estruturados para atender pacientes não Covid, desde que cada caso seja analisado pelos médicos que acompanham aquele paciente. “Muito mais arriscado do que realizar uma cirurgia eletiva nos dias de hoje, é o indivíduo decidir por conta própria não fazer, o que pode vir a ocasionar um agravamento do seu quadro de saúde e até a necessidade de um procedimento de emergência”, realça o presidente da AHSEB.
Ele esclarece que as autorizações estão sendo liberadas normalmente pelas operadoras de planos de saúde que, por sua vez, estão cumprindo normativas estabelecidas pela ANS (Agência Nacional de Saúde). “Os baianos não podem deixar de cuidar da saúde, precisam cuidar das patologias instaladas e realizar as suas cirurgias eletivas, sabendo que podem confiar na segurança que as instituições oferecem”, reafirma Adan.