O cantor Bambam King, que já passou pelos grupos Psirico, Swinguetto, Parangolé, Sam Hop e A Bronkka, realiza no próximo sábado, dia 20, às 17h, a live “Canta samba”, pelo canal “Mete Som”, no Youtube.
King, como é carinhosamente chamado por fãs e amigos da música, é autor do hit “Escovadinha”, divisor de águas em sua carreira. O seu mais novo álbum “A Fera Está Solta” está na primeira página dos mais baixados da semana do Sua Música, com mais de 40 mil visualizações e downloads na plataforma.
Trajetória – Filho do artista plástico Walter Bonfim e da cozinheira Marlene Bispo, Bambam cresceu no Pelourinho. Foi lá que começou a traçar as oportunidades que a vida lhe oferecia.
Através das “ferramentas” da arte do finado Mestre Prego, um dos precursores do Samba-Reggae, o então menino aprendeu sozinho a tocar vários instrumentos, principalmente percussivos. Passou a criar situações para ganhar alguns trocados. Ora tocando, ora sendo guia-mirim para turistas que visitavam o local. Isso tudo sem o consentimento de seu pai, que preferia o filho estudando e praticando esportes como as outras crianças de sua idade.
O símbolo da coruja lhe causa fascínio desde a infância pelo fato de representar a sabedoria. E como sempre foi ousado, mergulhava a fundo nos seus ideais. Porém, observando tudo com calma e serenidade. E assim, recebeu o convite para fazer parte do Olodum-Mirim, adquirindo uma experiência rítmica e musical ainda cedo.
Durante seu período escolar, o artista foi contemplado por alguns apadrinhamentos como o do fotógrafo francês Pierre Verger, e do escritor Jorge Amado. Sempre alerta às possibilidades que surgiam, Bambam soube agarrar e conquistar os desafios que contribuíram para a construção da sua identidade musical.
Na fase da pré-adolescência, seus pais se mudaram para o bairro do Engenho Velho de Brotas, berço de vários artistas baianos. E foi lá que se tornou amigo inseparável de Márcio Victor (Psirico), fazendo muitas descobertas musicais juntos. Foi com essa parceria que o artista passou pelos blocos afros Okambi, Badauê e Os Negões. Inscreveu-se na escola de percussão Pracatum, tocou com Jorjão Bafafê, do Ara Ketu, e Carlinhos Brown.
A paixão pela música veio à tona, quando a “galera” do Engenho Velho resolveu se inscrever no concurso de quadrilha junina Ratimbum, que tinha Márcio Victor como puxador. O menino Bambam, na época com dez anos, Esquerdinha, Bico Jones, Binho (hoje músicos de grandes bandas do Pagode baiano) eram integrantes da quadrilha que ganhou o concurso por três anos consecutivos. Foi comemorando uma dessas vitórias que nasceu a banda Luzes do Repente que mais tarde foi batizada de Psirico, onde Bambas (como gosta de ser chamado pelos amigos) permaneceu por 12 anos e teve Ivete Sangalo e Caetano Veloso como padrinhos.
A experiência em puxar trio chegou com a madrinha Daniela Mercury, que se apaixonou por sua voz ao escutar o menino cantar numa fita cassete. Convidando-o em seguida, para fazer o carnaval com ela. Esse convite se estendeu por mais dois anos, tamanho o sucesso. Em seguida, veio o convite para comandar os vocais da banda Parangolé, permanecendo por quase quatro anos. Depois, chegou com o projeto SanHop, misturando o pagode baiano ao hip hop, e recentemente, a carreira solo, que já é sucesso.
É por isso que Bambam relaciona sua vida e carreira às atitudes da coruja estereotipando o sábio, preocupando-se mais com as divagações interiores do que com a aparência externa, sendo símbolo de inteligência. O próprio artista fala: “Eu escrevo para o mundo, para que meu som seja plural”.