Dia Mundial da Saúde Digestiva adverte sobre doenças que atingem 20% da população

A obesidade e o sobrepeso, os hábitos alimentares e o estilo de vida são alguns dos principais fatores de risco para as doenças do aparelho digestivo, incluindo alguns tipos de câncer, alerta o médico Leonardo Vinhas 

Gastrite, azia, refluxo, úlcera gástrica, constipação intestinal crônica. diarreia são alguns dos distúrbios digestivos mais frequentes. No próximo dia 29 de maio, comemora-se o Dia Mundial da Saúde Digestiva, data que tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da prevenção das doenças do aparelho digestivo. Segundo o nutrólogo e especialista em cirurgia do aparelho digestivo e cirurgia bariátrica, Leonardo Vinhas, diretor do NTCO (Núcleo de Tratamento e Cirurgia da Obesidade), a obesidade, a má alimentação e os excessos alimentares, o estresse, o estilo de vida e o sedentarismo são fatores de risco para as várias doenças digestivas.  O sistema digestivo ou digestório é responsável pelo processamento dos alimentos e absorção dos nutrientes pelo organismo. O sistema, que começa na boca e termina no ânus, é composto por inúmeros órgãos, esôfago, faringe, estômago, fígado, vesícula biliar, pâncreas e os intestinos delgado e grosso.

A saúde digestiva, muitas vezes negligenciada, é essencial para o bem estar e a saúde integral do indivíduo. Cerca de 20% da população mundial é acometida por algum problema gastrointestinal. O mais preocupante é que grande parte das pessoas minimizam os desagradáveis sintomas intestinais e estomacais,  fazem uso da automedicação para alivio imediato e não buscam atendimento médico especializado.
Além de causar sintomas indesejáveis, como flatulência, desconforto abdominal, prisão de ventre e azia, as doenças do trato digestivo são inúmeras e algumas podem ser letais, como o câncer. O refluxo gastroesofágico, a Síndrome do Intestino Irritável, a esofagite, os cálculos de vesícula biliar, a esteatose hepática (gordura no fígado), e vários tipos de câncer do sistema digestivo, como os tumores de esôfago, estômago, intestino e colorretal, têm associação direta com a obesidade e o sobrepeso.   “A obesidade causa uma inflamação crônica sistêmica e inúmeros estudos científicos comprovam que esse estado inflamatório favorece o desenvolvimento de vários tipos de câncer”, explica Leonardo Vinhas.

Segundo o médico, manter-se hidratado com boa ingestão diária de água, praticar alguma atividade física regular, ter uma alimentação rica em fibras, mastigar bem os alimentos, evitar alimentos muito gordurosos, evitar o consumo excessivo de cafeína e de bebidas alcoólicas são hábitos que melhoram as funções do sistema digestivo e ajudam a prevenir várias doenças. O especialista também ressalta a importância dos probióticos, como Iogurte, queijo cottage e kefir,  dentre outros, para a saúde digestiva: “São alimentos que contêm micro-organismos vivos e que promovem inúmeros benefícios para a saúde ao facilitar a digestão e a absorção de nutrientes”,  esclarece Leonardo Vinhas.

A obesidade é um dos principais desafios da medicina e impacta seriamente nos sistemas de saúde em todo o planeta. A Organização Mundial da Saúde considera a doença como um dos principais problemas de saúde pública, com mais de um bilhão de adultos que sofrem de sobrepeso (excesso de peso) e 500 milhões acometidos pela obesidade. No Brasil, 20% da população sofre de obesidade e mais de 50% está com sobrepeso. Além das doenças digestivas, o obesidade é responsável por várias complicações e comorbidades, como hipertensão arterial,  doenças cardiovasculares, artropatias (doenças das articulações), diabetes mellitus tipo 2, problemas de circulação, apneia so sono (parada respiratória involuntária durante o sono), dislipidemia  (colesterol e triglicerídeos altos), infertilidade, vários tipos de câncer, disfunções respiratórias, distúrbios hormonais, depressão e outros transtornos psicológicos. . “Prevenir e tratar a obesidade são fundamentais para se manter saudável”, conclui Leonardo Vinhas. Atualmente, a obesidade também é um dos principais fatores de risco para a forma grave da infecção por Coronavírus.

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