Conjuntivite pode estar relacionada ao coronavírus

*Por Dr. Marcos Vale, oftalmologista da Colin – Clínica de Olhos Litoral Norte

As primeiras mortes no Brasil causadas pela COVID-19, doença causada pelo coronavírus, estão sendo manchetes nos jornais, bem como os 1.546 casos confirmados, inclusive na Bahia. Os pesquisadores ainda não conhecem o coronavírus por completo e existem várias lacunas, inclusive sobre os sintomas, apesar da sua maioria já ser conhecida. Porém, alguns pacientes com COVID-19 apresentaram quadro de conjuntivite junto aos outros sintomas (febre, tosse, dor de cabeça, dor no corpo, pneumonia e insuficiência respiratória aguda, com dificuldade respiratória), ou seja, mesmo que a ciência ainda não conheça a fundo o vírus, é importante estar atento à possibilidade da conjuntivite também se apresentar como um dos sintomas. Alguns casos são assintomáticos, mas também podem transmitir o vírus para outras pessoas, e existem pacientes considerados curados, que voltaram a apresentar sintomas.

Quanto mais soubermos sobre como age o vírus seremos mais capazes de nos proteger e tratar a doença. Os estudos ainda não são definitivos e a conjuntivite raramente está ligada ao coronavírus, mas não está excluída dos possíveis sintomas. Se a pessoa apresentar este quadro é importante procurar um oftalmologista e relatar, se houver, outros sintomas. O que já sabemos, e tem eficácia comprovada, é a importância de lavar bem as mãos com sabão e enxugá-las, usar álcool em gel e estar atento aos sintomas, além de cobrir a boca e o nariz quando tossir ou espirrar. Em ambientes públicos a indicação é não tocar os olhos, a boca e o nariz sem antes lavar as mãos ou limpá-las com álcool e evitar, sempre que possível, aglomerações.

Muitos pacientes têm me perguntado sobre o uso das máscaras e a sua indicação, por isso vale lembrar que, até o momento, a indicação para seu uso é para pacientes que tossem, espirram, têm febre, sintomas da gripe ou suspeita de infecção por coronavírus. Pessoas que não trabalham na área da saúde ou que não apresentam sintomas não precisam usar as máscaras, que podem não ser tão eficazes quanto se acredita (são muito folgadas, não cobrem os olhos e não podem ser usadas por longos períodos).

Atenção redobrada em relação aos nossos idosos e pessoas com condições de saúde já existentes, como asma, doenças cardíacas, câncer, diabetes e doenças autoimunes, pois são mais vulneráveis ao novo vírus. Neste momento é importante ressaltar que se você pode ficar e trabalhar de casa, fique em casa. Diminuir a circulação de pessoas nas ruas pode evitar que muitas contraiam o coronavírus, sobrecarreguem os serviços de saúde e potencialmente causem mortes. No caso de suspeita de infecção a pessoa deve procurar uma unidade de saúde para a realização de exames. Ainda não existem medicamentos ou vacinas específicas para combater a COVID-19, por isso o tratamento é feito através de repouso, ingestão de líquidos e medicamentos para aliviar os sintomas, como analgésicos e antitérmicos e, em casos de pneumonia e insuficiência respiratória, a indicação é o uso de suplemento de oxigênio e ventilação mecânica.

Se você não pode ficar em casa e precisa ir ao médico, veja o que fazer:
– Não há motivos para pânico, mas é preciso estar atento e seguir as indicações das autoridades de saúde competentes;
– O coronavírus geralmente não é letal (idosos, crianças pequenas e pessoas com problemas de saúde, como asma, doenças cardíacas, câncer e diabetes, são os mais vulneráveis ao novo vírus);
– O vírus é transmitido por via aérea, mas também pelo contato, por isso mantenha as mãos higienizadas quando chegar aos consultórios e clínicas;
– Pacientes que tossem, espirram e têm febre ou sintomas da gripe, devem usar máscaras durante a consulta e exames. Não sendo seu uso necessário em pessoas que não apresentam sintomas;
– Sempre que necessário, os médicos falarão o mínimo possível durante o exame do paciente e pede-se o mesmo aos pacientes;
– Recomenda-se o recolhimento de material impresso, como revistas, das recepções das clínicas e a higienização de equipamentos;
– Evite contato físico com outras pessoas, ou seja, sem apertos de mão, abraços ou beijos;
– Caso você esteja com algum sintoma como coriza, tosse, febre, dor no corpo ou dificuldade em respirar, o melhor é reagendar sua consulta ou exame, ficar em casa e falar com o seu médico para o encaminhamento correto.

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *