*Por Ricardo Azevedo – urologista especialista em cirurgia minimamente invasiva da Clivale Calçada
Durante anos a única maneira de realizar uma cirurgia abdominal era pela técnica convencional, ou seja, através de uma incisão (de tamanho variável) para acessar o abdômen. Há alguns anos houve uma evolução para uma técnica menos traumática conhecida como minimamente invasiva. A técnica consiste em realizar pequenas incisões na pele (portais) e introduzir no interior do corpo do paciente uma câmera de alta resolução e pinças de trabalho para realizar a cirurgia.
A cirurgia robótica ou cirurgia robô assistida é uma evolução da cirurgia laparoscópica minimamente invasiva, na qual o cirurgião manipula um robô através de um console joystick. A grande vantagem do robô é permitir ao cirurgião mais precisão nas áreas de difícil acesso (pelve, por exemplo), além de movimentos mais delicados e de maior amplitude, permitindo uma melhor mobilização dos órgãos e tecidos.
O grande diferencial do robô é que a pinça robótica é articulável, e seus movimentos se assemelham, em muito, aos punhos do ser humano. É como se o cirurgião estivesse literalmente com as mãos dentro da barriga do paciente, com o adicional de uma visão ampliada e tridimensional.
Essa melhor precisão dos movimentos é importante no tratamento de determinados tipos de câncer. Associado a isso a cirurgia robótica permite uma maior ergonomia, devido ao fato de o cirurgião ficar sentado num console manipulando os braços do robô. É importante ter em mente que o robô não faz nada sozinho. Qualquer movimento realizado por ele foi feito pelo cirurgião no console.
As vantagens da cirurgia robótica são inúmeras, dentre elas:
*menor sangramento, com menor taxa de transfusão sanguínea;
*recuperação mais rápida;
*menor tempo de internação hospitalar;
*mais estética (menor incisão);
*menor dor pós-operatória, e consequentemente menor uso de analgésicos;
*menor risco de infecção.