Pré-eclâmpsia: diagnóstico precoce evita complicações

A pré-eclâmpsia é um distúrbio da gravidez caracterizado pela pressão arterial alta que acomete, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 5% das mulheres grávidas a partir da 20ª semana de gestação. Embora a maioria dos casos tenha uma evolução benigna, é preciso ter atenção e estar em dia com o acompanhamento médico. Isso porque, se não diagnosticada a tempo, a pré-eclâmpsia pode evoluir para a síndrome HELLP e a eclâmpsia, desdobramentos graves da doença. A primeira se caracteriza, além da pressão arterial elevada durante a gravidez, por lesões no fígado, nos rins e a destruição de células no sangue. Na eclâmpsia, ocorre o edema (inchaço) do cérebro, convulsões e, em alguns casos, o coma, colocando mãe e bebê em situação de risco.

A grande maioria dos casos de pré-eclâmpsia é assintomática no início, mas existem indícios que podem acender o sinal de alerta. Além do inchaço, sobretudo no rosto e nas pernas, comum também em gestantes que não têm a doença, é preciso ter atenção para sinais como: pontos brilhantes ou escuros na vista e dores de cabeça, no estômago e do lado direito das costelas, na parte debaixo. Mas infelizmente são sintomas inespecíficos que também podem ser encontrados em gestações normais. A única forma confiável de suspeitar da doença é medindo a pressão arterial. A medição, portanto, é obrigatória durante as consultas do pré-natal.

“É fundamental realizar com frequência consultas de pré-natal. Nas últimas semanas de gestação, o ideal é que as avaliações sejam semanais: o pré-natal só se encerra com o parto”, destaca Javier Miguelez, médico obstetra e ginecologista da equipe de Medicina Fetal do Grupo Fleury, marca detentora da Diagnoson a+ na Bahia.

Diagnóstico e tratamento

Um simples exame de urina, que avalia presença e quantidade de proteínas, pode ajudar a fechar o diagnóstico da pré-eclâmpsia. Alguns exames adicionais descartam forma grave da doença, como exames que avaliam a função dos rins e do fígado, o hemograma completo (que avalia todas as células no sangue) e testes que avaliam se há hemólise (destruição de glóbulos vermelhos).  Recomenda-se, também, avaliar o ácido úrico, que guarda alguma relação com a gravidade do quadro.

A boa notícia é que a grande maioria dos casos tem evolução benigna e pode ser controlada com medidas simples, como repouso, redução da quantidade de sal na dieta e, em alguns casos, uso de medicações para baixar a pressão. “A cura mesmo só ocorre após o parto. Com a retirada da placenta, o quadro materno costuma regredir totalmente”, diz o médico.

As formas graves, se não identificadas precocemente, podem resultar em quadros maternos sérios, com internações hospitalares prolongadas e até mesmo óbito. Existem riscos também para a criança, principalmente o de alterar o funcionamento da placenta. “Se houver sinais de que a pré-eclâmpsia está evoluindo para uma forma grave, em geral, indica-se a antecipação do parto”, ressalta o especialista.

Até recentemente não havia nenhum exame que pudesse avaliar o risco de evolução para uma forma grave. Hoje, a Diagnoson a+ dispõe de um teste, chamado biomarcadores de pré-eclâmpsia. Trata-se de um exame que avalia a atividade da doença, que é medida pela relação entre duas proteínas – o sFIt-1 e o PIGF, que pode ser usado tanto para predizer os casos que têm maior risco de complicar e que talvez exijam internação quanto aqueles que provavelmente vão evoluir muito bem, evitando intervenções médicas desnecessárias.

Para monitorar o bem-estar do bebê, ainda é recomendado fazer ultrassonografias que avaliam o crescimento fetal e o fluxo sanguíneo na placenta (o chamado “Doppler) e a cardiotocografia, que avalia a frequência cardíaca fetal. É importante dizer que cerca de 1 a cada 5 óbitos fetais são decorrentes da pré-eclâmpsia, boa parte dos quais pode ser prevenido com essas medidas.

 

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