Esperada por muitos que adoram praia, piscina e atividades ao ar livre, a estação mais quente do ano chegou. E com ela, algumas condições que podem colocar em risco a saúde ocular. Especialistas do Grupo Opty apontam os cuidados necessários para aproveitar plenamente o verão, com os olhos saudáveis.
“Sol, vento e o uso frequente de ar condicionado podem levar ao ressecamento ocular e à ceratite (lesão de córnea). Já a maior aglomeração de pessoas no verão favorece o contágio por vírus e bactérias”, comenta a Dra. Milena Chibana, oftalmologista do HCLOE, empresa do Grupo Opty em São Paulo. Além disso, como informa a oftalmologista, os efeitos nocivos da radiação solar são cumulativos, podendo acarretar problemas no curto e longo prazos.
Conforme explica a Dra. Andréia Urbano, oftalmologista membro efetivo da Comissão de Ética do DayHORC, empresa do Grupo Opty na Bahia, no curto prazo, o excesso de exposição à radiação solar pode causar queimaduras nas pálpebras (fotodermatite), conjuntiva (fotoconjuntivite) e córnea (fotoceratite). “Essas lesões agudas se manifestam em torno de 6 a 12 horas após a exposição, por meio de edema palpebral, dor ocular intensa, olhos vermelhos, lacrimejamento e halos em volta da luz. Esses sintomas tendem a desaparecer, na grande maioria das vezes, em torno de 18 horas. Mas, infelizmente, há casos com cegueira total e permanente”, conta a especialista da unidade em Salvador.
Já as lesões no médio e longo prazo estão relacionadas ao envelhecimento da pele das pálpebras (fotoenvelhecimento), do cristalino (catarata) e da retina (degeneração da mácula relacionada à idade) e ao processo inflamatório crônico, com o surgimento do pterígio (membrana aderente que, progressivamente, distorce a superfície da córnea) e de tumores malignos palpebrais e oculares.
Doenças mais comuns – Para amenizar a sensação de secura nos olhos, é importante saber que não é somente o corpo que necessita de hidratação reforçada no verão. “Nossos olhos precisam de umidade. Manter-se adequadamente hidratado ajuda a conservar os olhos úmidos. Caso perceba necessidade ou o incômodo do olho seco, procure seu oftalmologista para que ele indique o lubrificante ideal para você”, comenta a Dra. Milena Chibana.
Saiba também que conjuntivites são comuns também nessa época do ano, já que a aglomeração de pessoas favorece o contágio por vírus e bactérias. “Para evita-las, lave sempre bem as mãos, evite coçar os olhos e compartilhar toalhas. Assim você poderá curtir o verão livre de conjuntivite”, diz a oftalmologista do HCLOE.
Outro caso corriqueiro nos consultórios oftalmológicos na época mais quente do ano são as lesões de córnea pelo uso inadvertido de lentes de contato para nadar. Usar lentes de contato na praia ou piscina não é recomendado pelo risco de infecções. Se não deu tempo de providenciar óculos de sol ou de natação com grau, a recomendação é optar por lentes de contato de descarte diário, aquelas que são descartadas imediatamente após o uso.
“Usar óculos de natação quando for praticar atividades aquáticas protege os olhos de microrganismos e agentes infecciosos. Também é importante evitar abrir os olhos na água do mar ou da piscina para que não haja conjuntivite química, especialmente nas piscinas com altas concentrações de cloro”, complementa a Dra. Urbano.
Proteção – Seja nas ruas movimentadas da cidade ou no campo ou na praia, o uso do filtro solar é obrigatório, mesmo em curtas exposições ao sol. “Use filtro solar e chapéu. A exposição excessiva à radiação solar danifica a delicada pele das pálpebras causando desde rugas até câncer de pele. Invista em óculos de sol de qualidade e com 100% de proteção UV. Armações que oferecem ampla cobertura, protegendo também as pálpebras, são interessantes para aqueles que não são adeptos a chapéus”, diz a Dra. Chibana.
Na hora de passar protetor, cuidado para não atingir os olhos. Caso isso aconteça, lave-os bem com soro fisiológico ou água filtrada e fique atento, se a inflamação persistir. Procure um oftalmologista se o desconforto não passar. “Existem protetores solares específicos para o rosto que contém menor quantidade de óleo, minimizando o risco de “escorrerem” e causarem irritação ocular. Aguardar alguns minutos para entrar no mar ou piscina após a aplicação do filtro solar também é essencial para diminuir esse risco”, afirma a oftalmologista do Grupo Opty em São Paulo.
E, por último, pode parecer trivial lembrar, mas a boa higiene é o principal. “Evite tocar nos olhos com as mãos sujas. Higienizar bem as mãos, lavando com água e sabão e, quando não for possível, usar álcool gel a 70% é uma das dicas mais efetivas na prevenção de doenças”, comenta a Dra. Urbano, do DayHORC.
Qualquer idade – Todas as faixas etárias merecem atenção nos cuidados com a saúde ocular no verão:
Crianças: não esquecer de protegê-las com chapéu. Óculos escuros não são acessório exclusivo para uso adulto! Existem óculos escuros específicos para essa faixa etária, resistentes a impacto e à água.
Jovens/Adultos: Lembrem-se de que é altamente contraindicado o uso de lentes de contato em praia/piscina e mar. Providenciem óculos escuros, de natação ou de mergulho com grau.
Idosos: Além dos cuidados básicos, vale dar uma atenção especial à proteção da pele, que é naturalmente mais fina nessa faixa etária, especialmente na região das pálpebras. Além disso, o colírio lubrificante também é essencial, já que nessa idade o olho seco é muito mais prevalente.
Alerta – De acordo com a Dra. Milena Chibana, alguns tumores palpebrais têm íntima relação com exposição excessiva à radiação UV, como os carcinomas espinocelulares. Assim, proteger-se com óculos escuros de boa qualidade e chapéus de abas largas, assim como evitar o sol do meio-dia são essenciais para evitar maiores riscos. E quando vir que o céu está nublado, não se iluda: os raios do sol podem passar através da névoa e são tão nocivos quanto em um dia bem ensolarado.