A obesidade atinge 18,9% dos brasileiros e o sobrepeso mais da metade da população (54%), segundo a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada em julho deste ano. Quem sofre com a obesidade ou com o sobrepeso sabe que os danos emocionais muitas vezes são até mesmo piores que os problemas físicos. O peso excessivo está ligado a questões profundas, que vão muito além do desconforto físico, e o aspecto emocional pode sofrer ainda mais que o físico. “É preciso entender todos os males que a obesidade pode provocar, para assim abordá-la da forma correta e reverter o quadro”, explica Gladia Bernardi, que é nutricionista, coach em emagrecimento e autora do best-seller “O Código Secreto do Emagrecimento”. Ela lista 5 prejuízos emocionais que a obesidade pode causar:
Medo da rejeição – Esse é um medo muito comum entre pessoas que estão acima do peso. Muitos passam a ter receio de serem rejeitados após engordarem, e não somente pelo parceiro, como também pelos amigos, filhos etc. “Isso está ligado à autoimagem, muitas vezes a própria pessoa rejeita a imagem que vê no espelho, e por isso passa a acreditar que será também rejeitada por todos”, diz. “Muitas vezes, o lado sentimental é mais doloroso do que as questões ligadas à saúde física”, comenta Gladia.
Sentimento de culpa – É frequente que a pessoa obesa culpe a si mesma por não conseguir emagrecer, por achar que tudo depende de deixar um determinado carboidrato de lado, ou de ter comido demais em uma única refeição. Essa é uma sensação que muitas vezes “persegue” quem está acima do peso. “É por isso que reforço muito no livro que, antes de pensar em perder peso, é preciso treinar a mente. As pessoas simplesmente não conseguem emagrecer se não tratarem a mente antes do corpo. Pelo contrário, esse tipo de sentimento será comum e irá sabotar todo o processo de emagrecimento”, explica Gladia.
Comer pela emoção – Como são feitas as suas escolhas alimentares: pela razão ou pela emoção? “Você já se pegou comendo alguma besteira para compensar algum estresse, ou algo que deu errado durante o seu dia? Se a sua resposta for sim, você é uma pessoa que escolhe os alimentos a partir da emoção”, diz a especialista. Isso significa que, de algum modo, as carências emocionais daquela pessoa acabam sendo “supridas” pela comida. “É como se a comida fosse a recompensa por uma expectativa frustrada naquele momento. Esse é outro grande erro, que pode comprometer todo o processo de emagrecimento”, avalia.
Viver à sombra de doenças – Estudos apontam que pessoas obesas têm 60% mais chance de desenvolver algum tipo de câncer em decorrência do desequilíbrio hormonal desencadeado pelo excesso de gordura. Diabetes atinge mais obesos também. ‘Viver imaginando que corre o risco de contrair doenças sérias como câncer e diabetes, por exemplo, por conta do excesso de peso, gera ainda mais estresse e, consequentemente, vontade de suprir a ansiedade com a alimentação, gerando um círculo vicioso”, observa a coach de emagrecimento.
Vida sexual comprometida – Segundo um estudo da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, cerca de 30% das pessoas com excesso de peso apresentam disfunção no desejo sexual ou tem a performance sexual comprometida por problemas físicos ou psicológicos motivados pela obesidade. E isso acaba refletindo diretamente na vida sexual do casal. “Se você não está se sentindo bem com você mesmo, muito dificilmente conseguirá ter bons momentos com quem você ama, seja por vergonha do seu corpo ou por acreditar que não é capaz de ter um bom desempenho sexual por causa do excesso de peso. Com isso, um momento que poderia ser muito agradável, trará uma situação constrangedora que pode prejudicar ainda mais a sua motivação para emagrecer”, diz Gladia.